Leitura: II Reis
2:19-22
19
- E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é boa a situação desta
cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril.
20
- E ele disse: Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.
21
- Então saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e disse: Assim diz
o SENHOR: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem
esterilidade.
22
- Ficaram, pois, sãs aquelas águas, até ao dia de hoje, conforme a palavra que
Eliseu tinha falado.
Vamos nos situar na história bíblica:
O profeta Eliseu está começando seu ministério
profético com a difícil tarefa de suceder o maior profeta de Israel, Elias. De imediato surge um desafio
para Eliseu ao ser procurado por alguns homens da cidade de Jericó (a cidade
mais antiga do mundo, naquela época e continua sendo até hoje com
aproximadamente 10 mil anos de
existência).
Temos uma cidade na história – era antiga, tinha uma
história, tinha moradores, mas enfrentava um problema gravíssimo, era estéril.
A cidade era bem situada, o próprio texto confirma – uma cidade bem localizada,
bonita e famosa, tinha tudo para ir bem, mas as águas que corriam naquela
cidade eram amargas ou más. Esse é o problema – uma cidade que não prosperava e
que não tinha perspectiva de futuro.
Eliseu apresenta solução de Deus para este problema
grave que envolvia a todos:
“Trazei-me um prato novo” – tem que ser novo,
não pode ser velho; ninguém serviu nada nele. Quando Deus deseja fazer algo
novo e sobrenatural, requer algo novo de nós.
Para abrir seu coração e o Espírito Santo começar a
ministrar sobre ele é: estamos diante de
um novo que está começando, se você deseja viver coisas novas e sobrenaturais
em Deus, vai ser necessário algo novo de você.
Um prato novo, o sal (como elemento da ação de Deus)
agindo no manancial das águas, isto é, a fonte ou a nascente, assim as águas
daquela cidade se tornaram saudáveis para produzir vida.
Essa
mensagem é uma palavra profética para 2020 na sua vida
Aconteceu uma mudança – Eliseu é o profeta de Deus.
A obra que o Senhor Deus estava fazendo precisava
continuar, algumas coisas mudam – liderança, pessoas e tempos – mas outras não
mudam. Mudanças acontecem e são necessárias, quais as mudanças que
aconteceram em sua vida? O que está acontecendo de diferente?
Essa mudança de Elias para Eliseu foi algo que mexeu
com o povo de Israel – não foi uma
mudança de casa, de emprego ou cidade – estamos falando de um povo que depende
de um porta-voz de Deus, que acredita que Deus fala, e eles ouvem para tomar
decisões na vida sobre o que fazer.
O profeta para eles era a voz de Deus, e de repente, o
maior dos profetas é recolhido. Surgem preocupações e inseguranças, sobre como
será de agora em diante – mudanças.
Pode ser que aconteceram mudanças em sua vida que te
deixaram com medo, insegurança e preocupado. Isso acontece quando você perde um
trabalho digno que sustentava sua família, um diagnóstico de uma doença séria,
o começo de faculdade que você não sabe o que vai acontecer, a perda de alguém
que você amava, uma crise pessoal que te deixa ansioso, deprimido ou pra baixo.
Mas
algumas
coisas não mudam – desde o tempo de Elias e Eliseu, do tempo meu e seu, Deus
continua no controle da história. E Ele
não muda!
Jericó é
uma cidade, mas pode representar muito bem a nossa vida refletindo para tudo
que nos envolve: família, igreja, trabalho e cidade.
Apesar de bem posicionados, lá dentro nossas águas são
amargas – carregamos coisas do passado, dizemos que superamos, mas não
superamos. Somos parecidos com Jericó, bonitos e aparentemente fortes por fora,
mas amargos e inférteis por dentro.
Essas águas causam esterilidade – a terra ficava
infértil. Por onde aquelas águas passavam deixavam tudo estéril. Até mesmo as
pessoas que bebiam as águas de Jericó ficavam estéreis, isso era uma grande
problema: não nascia mais gente. A cidade estava condenada a acabar, tinha
aparência, condições – mas, não tinha vida.
Esse é o problema, um lugar que não é capaz de gerar
vida está condenado a acabar. A esperança vai minguando, a força diminuindo,
assim o fim está sendo anunciado.
“Trazei-me um
prato novo” – Deus não trabalha com estruturas velhas.
Se você deseja viver algo novo em Deus, um milagre,
cura e um novo tempo de frutificação, algumas coisas velhas você vai ter que
abandonar. E o que você precisa
abandonar de velho? Algo novo na Bíblia está apontando para uma ação de
Deus: um coração novo, um espírito novo, o vinho novo, as vestes novas, o novo
nascimento; algo velho está apontando para o homem pecador: o velho homem,
despir das velhas coisas.
O recipiente precisa ser novo, não pode estar marcado
pelas tragédias do passado, pelas amarguras de ontem, pela reclamação de sempre
ou o pecado da infertilidade.
O prato significa um recipiente onde Deus deseja servir
algo – atente para as palavras de Jesus em Mateus
23.25-26: “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês limpam o
exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheio de roubo e de glutonaria!
Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior
fique limpo!”.
Deus deseja fazer algo novo, mas o recipiente precisa
ser novo – a ordem de Jesus é limpe!
Limpe o seu interior, limpe aí dentro, o seu coração, tire toda sujeira, deixe
novo – e Eu vou agir em você e fazer coisas novas através de você.
No prato novo é preciso colocar sal – o sal tem vários
significados importantes na Bíblia, em Levítico
2.11-13 fala sobre a oferta que o Senhor Deus desejava: “Nenhuma
oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento, porque de
nenhum fermento e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor. Deles, trareis
ao Senhor por oferta das primícias, todavia, não se porão sobre o altar como
aroma agradável. Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal, a tua oferta
de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas
ofertas aplicarás sal”.
A palavra oferta no sentido original do hebraico
significa “aproximar-se”, a oferta é um meio pelo qual nos aproximamos
de Deus. A oferta é de manjares (cereais) deveria ser feita com farinha, pães
assados ou grãos na espiga, porque essa oferta lembrava o cuidado de Deus para
com o seu povo provendo o alimento necessário.
Porém, duas coisas eram proibidas na oferta de manjares:
fermento e mel – porque ambos fermentavam, e a oferta de alimento não podia
conter algo com poder de fermentar – por
que?
Porque Deus não aceita nada que cresce fora do processo
natural. Deus não aceita nada que cresce derrubando os outros ou usando outros.
Deus não aceita nada que cresça pensando ser melhor que os outros – que foi
porque ele fez algo que as coisas aconteceram.
Todo crescimento que Deus aceita é o que Ele mesmo
concede – “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. De modo que
nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento”
(I Coríntios 3.6-7).
Para crescer com Deus não pode ter fermento – é por
isso que esse princípio da oferta não mudou até hoje: Não traga oferta ao
Senhor com intenções erradas. A oferta é para te aproximar de Deus, mas com
intenções erradas pode te afastar de Deus.
Contudo, toda oferta que trouxer ao Senhor precisa estar
temperada com sal – ela precisa ter sabor, significado e prazer.
Está escrito em II
Coríntios 9.7: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza
ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria”. Deus não
aceita oferta sem gosto, sem brilho e sem contentamento. Deus não aceita oferta
sem sal!
A coisa mais prejudicial para uma vida é uma vida sem
sal – está em nosso DNA ser o sal da terra, pois o Senhor Jesus nos deu essa
missão e poder. Um cristão sem sal é infértil, mortífero e pode até contaminar
com o mal.
O
que é um cristão sem sal? Não é atraente, é sem gosto. Não é
diferente, é insípido. Vive como o mundo, reclama as mesmas palavras mundanas,
age e se comporta erradamente. O diferencial da nossa vida é o sal – é o valor
que nos distingue e diferencia porque ele é o elemento de Deus em nós.
Prato novo, cheio de sal e agora é preciso
agir
– foi o profeta Eliseu e deitou o sal lá no meio do rio? No fim do seu
curso? Não.
Ele colocou o sal no manancial das águas, isto é, na
fonte, na nascente.
O problema precisa ser tratado na causa, e muitos de
nós fugimos disso, porque queremos jogar o sal lá no meio ou melhor dizendo,
nas consequências. Jogar sal no meio do rio não resolvia o problema das águas
amargas.
Onde tudo começou? Onde é a nascente do
problema? Onde é a causa dos teus problemas? Não dá para você
ficar jogando sal em 2020 e protelando as coisas, é preciso ir na fonte – a
nascente precisa mudar.
A quem você precisa pedir perdão? Confessar
algo? De onde estão vindo seus problemas na família? Como está seu Financeiro?
Você está lidando com as consequências e tentando
resolvê-las, mas o problema é a fonte – é de lá que vem todas essas
consequências, (Exemplo: você quer prosperidade mas não começa dizimar,
continua sofrendo as mesmas consequências de sempre, isso só mudará se vc for
na fonte do problema e mudar sua prática errônea).
Espere, e sua vida com
Deus? Aqui está a fonte: o manancial da sua vida é Jesus? Se não for, as
águas estão se tornando amargas. Quem é a fonte que abastece sua vida? Quem é
a fonte que está abastecendo seu casamento? A educação e criação dos filhos? O
seu trabalho e ganha pão?
Eliseu com um prato novo, cheio de sal, vai até o manancial
das águas e ali o Senhor opera: “Assim
diz o Senhor: Tornei saudáveis estas águas, já não procederá daí morte nem
esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje,
segundo a palavra que Eliseu tinha dito”. Deus deseja agir, mas Ele
opera de maneiras diferentes – a solução (sal) é aplicada na raiz do mal
(nascente).
As consequências do problema eram morte e esterilidade
– a morte e a esterilidade não eram a causa, mas consequência. Se Deus mudasse
a causa, uma fonte que jorra águas amargas, algo novo começaria acontecer. É
isso que Deus faz.
Deus deseja mudar as “consequências” da sua vida – ela
precisa dar frutos, gerar vidas e transformação; mas tem algum problema que
está causando tudo isso. Você está
disposto a ser transformado pelo Senhor?
“Ficaram,
pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje, segundo a palavra que Eliseu
tinha dito” – Deus mudou a sorte de Jericó e até hoje
suas águas carregam vida e transformação. Deus deseja mudar a sua sorte!
Conclusão:
Meu
irmão, vos trago essa palavra profética: Deus deseja fazer uma
transformação, águas saudáveis fluirão, mas é preciso:
1)
Mudança – uma posição nova
na sua vida, uma postura. Um prato novo para Deus agir.
2)
Ação de Deus – o sal. É o elemento que Deus coloca em
nós e por meio dele agimos nesse mundo. Tudo que você fizer é uma oferta ao
Senhor e deve ser colocado sal, o valor que Deus exige. Ao sermos chamado de
sal quer dizer que somos a ação de Deus neste mundo.
3)
Uma ação nossa – ir as fontes. É você quem vai ir as fontes
amargas, fontes do mal, contaminadas para transformá-las. Caso
contrário, vamos empurrar mais um ano sobrevivendo, acreditando que vamos ter
uma colheita sendo que o solo está contaminado e infértil. A vida passa e não
experimentamos um avivamento de Deus, Deus trazendo vida a lugares mortos, Deus
curando e sarando a terra, Deus operando e transformando a nossa realidade.
Uma
última aplicação:
Na história existe Eliseu, os “homens da cidade” e os
problemas da cidade – em nossa história existe Braúna, os cristãos dessa cidade
e os problemas da cidade.
Como Deus faria algo novo e num lugar sem
vida e esperança? Como faria com que os rios de águas vivas começassem a
frutificar a terra?
A resposta é... Quando Eliseu e os homens da cidade se
envolveram com os problemas da cidade. A solução de Braúna vem do alto, vem de
Deus. Deus não mudou, Ele deseja manifestar nesse lugar levando vida. Contudo, não
haverá sinais de Deus se não for um desejo nosso, se não orarmos juntos, se
arrependermos pelos pecados da nossa terra, se não trabalharmos juntos para a
transformação. Um avivamento é quando um povo se torna um só coração e alma
diante do Senhor – isso quer dizer que a minha oração é a mesma que a sua, que
a sua e a que a de todos nós.
II
Crônicas 7.14
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome,
se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então,
eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.