As lições da vida do apóstolo
Pedro
João
21.15-19
Introdução:
Estamos provavelmente diante do último
encontro de Pedro e Jesus nesta terra.
E neste dialogo entre os dois, percebemos que
se iniciou com uma conversa formal que se tornou um acerto sentimental. As
palavras de Jesus entram pelos ouvidos, percorrem todo interior, lavam a alma e
deságuam no coração. São como torrentes de amor, em Marcos 1.22 – “Maravilhavam-se
da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os
escribas”. Os homens falam aos
ouvidos e Jesus fala aos corações.
Para ser uma
conversa formal é necessário apenas ter luz na mente, mas ser uma conversa
profunda e espiritual é necessário fogo no coração.
Neste encontro foi a última vez que os olhos
de Pedro viram a Jesus. Se tivéssemos a oportunidade de perguntar a Pedro: Pedro, qual é a última imagem que você
guarda de Jesus? Ele nos responderia:
“Um dia Ele
me chamou de lado, Pedro, meu querido, gostaria de falar contigo a sós. E nos
retiramos para o lado. Ele olhou nos meus olhos com um olhar de ternura e
perguntou se eu o amava. Eu disse que, sim, que amava a Ele. Ele voltou a
repetir a mesma pergunta, e eu lembro que repeti a mesma resposta. E Ele
insistiu mais uma vez em perguntar se eu o amava, eu entendi naquele instante a
pergunta, curvei minha cabeça, e disse: Tu se lembras das tantas vezes que eu
disse que te amava, jurei perante todos o meu amor por ti, mas fracassei e
perante todos também neguei este amor. Hoje, tu conheces meu coração, e sabes o
tanto que eu quero te amar”.
O Novo Testamento foi escrito na língua
grega, e os gregos retratam o amor como uma árvore que tem as suas
ramificações:
1) Erós – fala sobre o amor físico entre um
homem e uma mulher.
2) Phileo – que é o amor fraternal que deve
existir entre os amigos. É com esse amor que a amizade criada, com esse amor
que o relacionamento de amigos se torna duradouro.
3)
Storge – fala sobre
o amor entre pais e filhos.
4) Ágape – que é o amor abnegado e sacrifical.
Pedro havia experimentado o amor phileo, o amor da amizade, de um
companheiro, um amor ainda limitado e cheio de reservas. E neste encontro Jesus quer apresentar a Pedro o amor ágape, o amor sacrificial, não é
um amor até a primeira crise, mas um amor altruísta que é capaz de entregar a
sua vida pelo o outro. Assim como Jesus deu a sua vida por nós!
E Pedro experimenta este amor que é
capaz de superar limites e fazer o que a obrigação não é capaz!
Guarde bem
isto, aqui foi à última vez que os olhos de Pedro viram a Jesus. Os evangelhos
não relatam outro encontro.
Depois deste encontro, Jesus passou alguns
dias aqui na terra, para ser exato 40 dias, entre a sua ressurreição até a sua ascensão
aos céus.
Se porventura fizéssemos outra pergunta a Pedro,
tão semelhante à primeira: Pedro, você já
nos respondeu como foi a última vez que seus olhos viram a Jesus, agora, por
favor, diga-nos como foi a primeira vez que o viu? Pedro voltaria no tempo, remexeria seu passado e começaria nos contar o
primeiro encontro:
História de Pedro (Lucas 5.1-8):
Contar a
história, a chegada na orla da praia depois de uma noite frustrante de pesca e
uma multidão ouvindo um certo mestre ensinar.
“Eu notei
que as suas palavras eram como chamas de fogo que amolecia meu coração. Eu era
um ferro frio, que nunca se deixou moldar, um homem de coração duro,
irredutível. A mensagem daquele homem tocou a minha alma, não era como os
homens que falavam aos ouvidos, ele tinha autoridade, falava ao coração. Me vi
como um ferro aquecido, pronto para ser moldado e diante do melhor ferreiro,
Jesus o Nazareno”.
Ele terminou de falar, todos estavam
maravilhados e olhavam para ele fixamente. O silêncio reinou por um instante,
até que Ele se vira para mim e diz: “lançai
as vossas redes para pescar”. Eu respondi “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua
palavra lançarei as redes.
“Pedro estava querendo dizer: Senhor eu
conheço essas águas aqui como o quintal da minha casa, aqui eu nasci, aqui eu
cresci, eu bebi dessas águas (Curiosidade: o Mar da Galiléia não era um mar,
mas um rio de água de doce, Lago de Genesaré), eu tiro o sustento da minha
família destas águas. Eu sei que se eu lançar as redes agora nada irá
acontecer, porém, eu não estou confiando mais nessas águas, eu não vou lançar a
rede confiando na minha experiência de pescador, nem na minha experiência com
essas águas, eu vou lançar essas redes no poder que há na tua palavra. Estou
confiando na tua palavra, essa palavra de autoridade que o Senhor acabou de
pregar, essa palavra poderosa que mudou o meu ser, essa palavra que tem atraído
as multidões para te ouvir.
Pedro nunca tinha pescado tantos peixes – Pesca maravilhosa.
Aqui se
inicia a primeira parte da vida deste apóstolo: Pedro, o seguidor.
Começo falando um pouco sobre o seu chamado.
·
Chamado – Naquele instante disse Pedro: “Afasta-te
de mim porque sou pecador”. Pedro reconhece que estava diante de Cristo, o
enviado de Deus. E Jesus lhe responde: Não
Pedro! Este pedido é impossível para mim, eu vim aqui por sua causa, porque eu
te escolhi, segue-me e te farei um pescador de homens.
Pedro
abandona a pesca para viver a mais fascinante história de vida: seguir a
Cristo.
Pedro recebe
o chamado, agora ele vai entrar no segundo estágio, no processo de formação.
Este processo é feito de:
·
Experiências – Pedro teve experiências profundas e marcantes
no decorrer da caminhada com Cristo. Os três anos que viveram juntos foram
intensos. Que experiências são essas?
1) Experiências
pessoais:
Em Mateus 14.28 Pedro anda sobre as águas (medo tão grande pelo mar
revoltoso)
Pedro passa a entender que aquilo
que nos assusta, que perdemos o controle, está sob o controle de Jesus.
Em Mateus 16.16 Jesus tu és o Cristo (Quem diz o povo ser o Filho do
Homem?)
Pedro faz uma declaração que se
tornou universal e a base da nossa fé: Tu
és...
Em Mateus 16.18 Pedro tu és pedra (E eu te digo Pedro – tu és pedra)
Exemplo de uma construção: Cristo
é a base, e os discípulos as pedras.
2) Experiências
coletivas:
Em Mateus 17.1-8 Monte da transfiguração (Moisés e Elias)
E se fossemos relatar os milagres
que Pedro testemunhou, eu resumo com o que está escrito em João 21.25 – “Há, porém,
ainda, muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatada uma a
uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos”.
Com todas estas experiências que Pedro
vivenciou, Jesus estava querendo trabalhar no seu caráter. Jesus não o escolheu
pronto, Pedro estava em processo de transformação.
·
Caráter –
Vamos falar um pouco sobre as características
de Pedro – Quem era este Pedro?
1) Bipolar –
Pedro era um foguete, ia da terra
ao céu em questão de segundos. Pedro foi de todos os discípulos o mais humano,
ouviu elogios e as mais duras críticas, viveu experiências profundas e traumas
marcantes. Ao mesmo tempo em que estava afinado no diapasão do Espírito, logo
em seguida desafinava comprometendo a melodia.
Ele tinha acabado de prometer que seria capaz
de morrer por Jesus (Marcos 14.31 – Mas
ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de
modo nenhum te negarei), e dentro de instante esbravejava como um medroso
que não conhecia esse tal de Jesus, chamado Cristo.
2) Orgulhoso
– Se considerava melhor que todos
os outros discípulos: Senhor... ainda que
venha ser tropeço para todos, nunca o serás para mim – Mateus 26.33.
Tinha uma confiança exagera em si mesmo,
pensava ser rocha, mas era pó.
Pedro estava dizendo: Olha Jesus, essa turma
de discípulos que andam contigo não dá pra confiar neles não, Judas tem uma
cara de traíra, João é tão bom que chega ser bobo, Mateus é muito esperto, era
um publicano e uma hora te passa para trás, mas eu sou ponta firme, a corda não
rói pro meu lado. Eu sim, sou um homem que merece confiança!
3) Descontrolado
– “Então, Simão Pedro puxou a espada que trazia e feriu o servo do
sumo sacerdote, cortando a orelha... João 18.10”. Um homem de gênio explosivo perdia o controle
emocional facilmente, era sanguíneo. Um caminhão desgovernado descendo
ribanceira abaixo sem freio. Um touro indomável. Não media suas ações.
4) Desconfiado
– “Mas, Pedro o seguia de longe” – Mateus 26.58. Gostava de Jesus, mas Ele lá e eu cá, um
envolvimento superficial, em cima do muro. Na hora que Jesus é preso ele foge,
e começa a seguir de longe.
Na hora de tomar uma decisão sempre se
esquivava. O mesmo Pedro que se dizia ser rocha, pedra firme, se mostra que é
areia, se dizia autoconfiante só que já não cumpre suas palavras.
O seu caráter o leva ao declínio. Pedro
estava diante da cura, mas continuava doente. Pedro estava diante da
transformação, mas continuava o mesmo. Não se deixou ser tratado. O que
acontece com Pedro?
A Queda – Nega três vezes a Cristo (Marcos 14.66-72). Lá
dentro da casa do sumo sacerdote Caifás: 1) Pátio se aquentando, criada diz que
ele é um discípulo. 2) No alpendre entre os circunstantes, a mesma serva volta
a acusá-lo. 3) As pessoas começam a observar Pedro, e notam que ele é um
galileu e o acusam – ele esbraveja e pragueja.
Jesus é
condenado, não tem mais o que fazer, e Pedro não teria a oportunidade de um
reencontro com o Senhor!
Imagina como está a cabeça dele? O que se
passa? Seu mundo psicológico.
Se fosse eu
no lugar de Pedro, meu mundo tinha acabado, iria à loucura, me sentiria um
lixo, desejaria a morte porque tudo dentro de mim está destruído. Foi isso que
aconteceu com Pedro!
E ele retorna para sua casa chorando
amargamente.
Abro um
parêntese: são essas
horas que percebemos que somos incapazes de sustentar os nossos sonhos. Que
falhamos no meio da caminhada, que decepcionamos as pessoas que mais amamos,
aquelas que acreditaram tanto em nós. E dá vontade de desistir, de parar tudo e
voltar atrás.
Pedro pisou
seus pés na mesma estrada que Judas pisou – Ambos pecaram, Judas traiu Jesus, e Pedro o negou.
- Você já
notou a diferença entre o arrependimento de Pedro e o remorso de Judas?
O remorso é um arrependimento incompleto e
ineficaz. O arrependimento envolve três tipos de mudança: de mente, de emoção e
de vontade.
Arrepender-se é mudar de mente, é sentir
tristeza pelo pecado, dar meia-volta e retornar para os braços de Deus. O
remorso envolve as duas primeiras mudanças, mas não a última. Ambos pecaram,
Judas traiu Jesus, e Pedro o negou. Pedro arrependeu-se e foi restaurado,
Judas, porém, tomado de remorso, suicidou-se. Judas reconheceu seu erro. Disse
ao sumo sacerdote que havia traído sangue inocente. Judas também sentiu
tristeza por seu pecado, confessou-o e, ainda, devolve as trinta moedas de
prata que recebera para trair Jesus. Mas não deu o último passo necessário para
o arrependimento. Não deu meia-volta para retornar a Jesus. Por isso, continuou
em frente, no caminho do pecado e foi enforcar-se.
A diferença entre Pedro e Judas é que o
primeiro completou os três elementos do ciclo do arrependimento. Pedro
reconheceu seu pecado, sentiu tristeza por ele, a ponto de chorar amargamente
e, por fim, retornou ao Senhor, para encontrar nele perdão e restauração.
O remorso é um arrependimento incompleto e
ineficaz, um falso arrependimento.
Leva as pessoas ao desespero e não à
esperança, à prisão e não à liberdade, à morte e não à vida. Não é prudente
ficarmos presos no embaraço do remorso, se podemos encontrar o perdão em Cristo
Jesus!
Você está
arrependido pelo que fez ou sente remorso? Quando fazemos algo de errado e sentimos aquela tristeza, como
saber que aquela tristeza é de um coração arrependido ou de uma consciência com
remorso? Arrepender é quando aquela
tristeza nos leva a abandonar e recomeçar do jeito certo. Remorso é quando a tristeza não consegue nos convencer de abandonar
e assim continuamos no caminho errado.
Pedro havia negado o Senhor Jesus, tinha
perdido a esperança, o Mestre já não estava mais entre eles, estava sepultado
em Jerusalém num sepulcro emprestado por José de Arimatéia. Dizem que a
esperança é a última que morre, mas a esperança para o cristão: ela nasceu, ela
morreu, ela ressuscitou, a nossa esperança está viva!
Pedro não aceitava mais ser chamado de
discípulo. Pedro estava decepcionado consigo mesmo. E ele volta para ser um
pescador, e desiste de ser discípulo. A pior experiência não é perder a
esperança no outro e desistir dele, a pior é quando perdemos a esperança e
desistimos de nós mesmos – Pedro havia desistido. Só que Jesus, a esperança
viva, não havia desistido de Pedro. A esperança do cristão é Jesus Cristo!
Em Marcos
16 diz: Era muito cedo, um dia de domingo, ao despontar o sol às mulheres ao
visitar o tumulo de Jesus o encontra aberto, e de repente um anjo do Senhor
aparece e diz: "Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi
crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham
posto. Mas ide, dizei aos seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis,
como ele vos disse" (6-7).
Abro um parentese: Porque o domingo é um dia tão especial?
Hoje é domingo e estamos
juntos – isto o torna especial.
Domingo é o dia de
ressurreição, a nossa esperança está viva. Não é o fim, é apenas o recomeço, é
a chance de recomeçar, uma nova oportunidade, é o primeiro dia de uma nova
semana. Domingo é o dia do Senhor, porque Ele é a ressurreição e a vida, é o
começo e o fim, é a nossa viva esperança! Ele
nos dá uma oportunidade hoje de recomeçar.
As mulheres começam a anunciar a todos que o
sepulcro está vazio, Jesus está vivo! Encontram os discípulos diz a eles que o
Mestre os aguarda na Galiléia, todos estão jubilosos pela notícia, mas Pedro
está cabisbaixo. De repente uma das mulheres diz: Pedro, o Mestre faz questão
que você esteja lá.
A restauração
“A queda é o
distanciamento do homem com Deus. A restauração é a aproximação de Deus com o
homem”.
Contar a
história –
Tudo se repete como da primeira vez – uma
pesca frustrada. Até que uma voz é ouvida: Filhos,
tendes aí alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. Então, lhes disse: Lançai
a rede a direita do barco e achareis.
Pedro: Eu me lembro desta voz, me
lembro destas palavras, isso já me aconteceu antes – primeiro encontro. É o
Mestre, é Ele e Ele quer me ver.
O mesmo cenário – mar da galiléia.
O mesmo problema – a pesca frustrada.
O mesmo milagre – a pesca maravilhosa.
Lembra da
pergunta: Pedro qual foi a última vez seus olhos viram
a Jesus? Foi aqui!
O dialogo entre os dois iniciou-se com uma
conversa formal e tornou-se um acerto sentimental. Pedro é perdoado e restaurado.
Deixa o
vento passar:
Na navegação antiga, costumava-se amarrar uma
corda na ponta externa do vergalhão da vela principal e prendê-la na amurada do
navio. Porém, em dias de vento forte, um marinheiro ficava encarregado de
esticar ou afrouxar a vela, conforme a força do vento. Se ele mantivesse a vela
frouxa, perdia-se velocidade. Por outro lado, se ele mantivesse a vela esticada
demais, o vento podia resgá-la ou, até mesmo, fazer o barco capotar.
Este ato de afrouxar a vela era chamado de
perdão. O capitão gritava com ele: “Perdoa”. Isto é, deixa o vento passar.
Jesus estava
dizendo a Pedro: Meu rapaz
você é um pescador nato, te separei para ser um pescador de homens. Porque você
está desistindo?
E Pedro: eu te neguei, pequei contra ti, depois de
tudo que fiz, ainda o Senhor acredita em mim. E Jesus: Pedro, o vento já passou. Você está perdoado, eu quero te
restaurar!
Tem pessoa
ainda deixando ser levada pelo vento, mantém a corda esticada, não alivia, não
cede. Dê uma nova chance, afrouxe este coração amarrado, deixe o vento passar.
Deus desenha a mesma tela de novo para
mostrar que te ama e não desistiu de você!
Deus não
desiste de te amar. Ele é apaixonado de amor por você. Ele não te ama por
aquilo que você é, Ele não te ama por aquilo que você fez, Ele também não te
ama por aquilo que você deixou de fazer. Ele te ama, por quem Ele é, Ele é o
amor, o verbo encarnado de amar, a mais bela história de amor, a maior prova de
amor, Ele é a essência do amor, o princípio e o infinito amor.
Não há
desculpas para Ele não te amar!
“Se deixe
ser amado por Deus como você é, e não como você deveria ser, porque ninguém é
como deveria ser” – Brennan Manning.
“Nós não
somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser. Mas,
graças a Deus não somos mais quem éramos” – Martin Luther King.
A vida de
Pedro é dividida em duas partes: Pedro o seguidor, e o Pedro depois deste
encontro. Fechamos aqui a cortina da primeira parte da sua vida, antes deste
encontro, e abrimos uma nova cortina para a segunda parte: Pedro, o discípulo.
No primeiro encontro – Jesus fez o convite
para Pedro o seguir e ele aceitou, mas seguia com reservas, de longe. Depois do
encontro da restauração, Jesus faz o mesmo convite, e neste Pedro se entrega
incondicionalmente.
Vida do novo
Pedro:
1) Sermão após o Pentecoste (Cinco mil almas) –
os discípulos estavam reunidos no cenáculo em Jerusalém como o Senhor Jesus
havia ordenado...
O homem pedinte de esmolas junto à porta
formosa do Templo (Homem eu poderia dar
as poucas moedas que me sobram, mas eu quero dar tudo o que tenho, e tudo o que
tenho é o Senhor Jesus: Levanta e anda – Atos 9.34).
A ressurreição da costureira Dorcas – Atos 9.40.
2) As igrejas – enquanto Paulo recebeu uma
missão para ser apóstolo dos gentios: Este
é para mim um vaso escolhido... Pedro recebeu a missão de ser apóstolo dos
judeus. Seu ministério se concentrou especialmente em Jerusalém.
3) Contribuição para o evangelho – ele escreveu
duas cartas no auge da perseguição do imperador Nero contra a Igreja. E na sua
primeira carta, especialmente no capítulo 4.12-16, Pedro nos diz:
v.12 – coparticipantes dos sofrimentos de Cristo –
olha quem está nos dizendo isso, este alguém que um dia o negou: Pedro queria
as bênçãos de Deus, e não o Deus das bênçãos. Queria participar dos milagres e
não do sofrimento. Queria uma aventura, e não correr o risco.
Só que agora ele entende que seguir a Cristo
é tomar a estrada principal até o Calvário, até a crucificação. Qual tem sido a sua escolha? As bênçãos ou
o Deus abençoador.
v.14 – se pelo nome de Cristo sois injuriados,
bem-aventurados sois: aquele que um dia por tantas vezes desprezou o nome de
Cristo, hoje nos diz que como é feliz aquele que sofre por este nome.
v. 15-16 – Pedro diz: se existe uma excelente causa
para sofrer, está causa é por Cristo. Sofrer por Ele é maravilhoso!
Olha o que Pedro aprendeu depois de desfrutar
do amor ágape.
Conclusão: O martírio de Pedro - Rege a tradição:
No ano de 64, o imperador Nero que um homem
louco, coloca fogo na cidade de Roma. Sobe para o alto da torre de Messenas
vestido de ator, tangendo sua lira, assistindo de lá o espetáculo do fogo
destruindo a capital do império romano. Sete noites, seis dias de incêndio.
Quando cessam as chamas, dos catorze bairros de Roma, dez deles tinham sido
destruídos. Os quatro bairros que sobraram eram povoados por judeus e cristãos,
e isto dá a Nero um bom argumento para colocar a culpa do incêndio em Roma nos
cristãos. E com isto começa uma sangrenta perseguição contra a igreja: “Os
crentes são mortos a pauladas, afogados, enrolados em peles de animais e
jogados na arena para os cães morderem, para os touros pisarem e para os leões
devorarem. São queimados vivos em praça pública para iluminar as noites de
Roma”. Eram luminárias humanas.
Hegespino conta que o povo, ao perceber que
Nero procurava razões contra Pedro para matá-lo, rogou insistentemente ao
apóstolo que fugisse da cidade. Persuadido pela insistência deles, Pedro
dispôs-se a fugir. Ao chegar, porém, à porta da cidade, teve uma visão do
Senhor Jesus Cristo que lhe vinha ao encontro. Adorando-o, Pedro indagou: “Senhor, para onde vais?” Ao que Ele
respondeu: “Vou para ser de novo
crucificado”. Pedro, ao dar-se conta de que era de seu sofrimento que o
Senhor falava, voltou à cidade. Porque essa cruz não era mais de Cristo, essa
era a cruz de Pedro.
Se o
Evangelho é correr o risco de morrer, então se eu não corro o risco, deixo de
viver o Evangelho.
Neste cenário, Pedro é encontrado e preso.
O imperador decreta sua morte com data e hora
marcada, para que fosse assistida por todos. Manda preparar uma cruz de madeira
rígida e pesada. A cruz fica pronta, e chega o dia.
O carcereiro recebe a ordem de ir buscar o
prisioneiro Pedro, na sua mão uma tocha, ele começa a percorrer um corredor
escuro até a sela de Pedro. Ao chegar pega o prisioneiro, o algema sem piedade,
e o conduz para fora.
Uma multidão o espera, o imperador e os seus
principais estão sentados aguardando ansiosamente o espetáculo.
Sua cruz está no chão, tiram-se as correntes
dos seus braços, vários soldados o segura, um deles pega o primeiro cravo,
pontiagudo e afiado, o outro o pesado martelo. Pregam a sua mão direita, ela se
fixa na madeira, eles fazem o mesmo com a mão esquerda. Com um cravo maior
atravessa os dois pés unindo-os a cruz. Seu sangue escorre a cruz de cima a
baixo tingindo a madeira de vermelho carmesim.
E quando os soldados estavam prontos para erguer
a cruz, notam que o prisioneiro Pedro está se mexendo inquieto tentando dizer
algo. E o seu algoz pergunta: você quer dizer algumas palavras antes de morrer?
E ele com a voz embargada pelo sangue e
trêmulo pela fraqueza, suspira fortemente para ter fôlego para dizer suas
ultimas palavras, e diz: Por favor, me
crucifica de cabeça para baixo, porque não sou digno de ser crucificado como meu
Senhor.
Ali o apóstolo é enterrado com a vergonha de
um mártir crucificado, mas foi recebido no céu com as honras de um príncipe.
Deus pode escrever uma linda história de
vida, mesmo que as primeiras páginas foram manchadas por erros e pecados.
Deus quer te reencontrar! Pedro estava com o
Senhor Jesus, mas não o conhecia.
Você pode dizer: Igor, mas eu já conheço o Senhor,
mas Pedro também dizia que conhecia.
Eu te
conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem – Jó 42.5.
Eu quero deixar isso ao teu coração: Quantos
aqui têm uma religião? Infelizmente, eu tenho uma má notícia para te dar, que a
sua religião não pode te levar para o céu. Ela não é suficiente para te levar a
Deus. Somente Jesus Cristo pode te levar a Deus, e hoje Ele quer te encontrar.
A primeira fase da vida de Pedro, antes
daquele encontro, é de Pedro, o seguidor – religioso, preso a tradição e tantas
coisas, e depois já vemos a de Pedro, o discípulo – íntimo, um cristão autêntico
e um verdadeiro imitador de Cristo.
Deus não quer que você o siga de longe, Ele
ter quer perto para você vivenciar experiências extraordinárias.
A grande
lição da vida de Pedro ante do encontro, é que Jesus ocupava um lugar
insignificante em sua vida. Isto foi o maior obstáculo.
Até o dia
que Jesus ocupou o coração de Pedro, passou a ser o primeiro da sua existência,
a primazia de todas suas decisões – o que fez toda diferença!
Pedro sempre teve seus altos e baixos. Errou,
mas se acertou. Desistiu, mas voltou atrás, retomou. Interessante que:
Em Mateus, Marcos, Lucas e Atos onde estão as
lista dos 12 discípulos, sempre Pedro aparece como o primeiro da lista.
(Mt 5.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16 e At 1.13)
– isto tem a ver com posição de honra. Notem que o nome de Judas sempre aparece
em último lugar.
Você pode
ter começado sozinho e não ter conseguido, no entanto, hoje você pode recomeçar
com Cristo ao seu lado, e certamente sua história terá um final feliz como foi
com Pedro!