Ap. Pedro



As lições da vida do apóstolo Pedro
João 21.15-19

Introdução:
Estamos provavelmente diante do último encontro de Pedro e Jesus nesta terra.
E neste dialogo entre os dois, percebemos que se iniciou com uma conversa formal que se tornou um acerto sentimental. As palavras de Jesus entram pelos ouvidos, percorrem todo interior, lavam a alma e deságuam no coração. São como torrentes de amor, em Marcos 1.22 – “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas”. Os homens falam aos ouvidos e Jesus fala aos corações.
Para ser uma conversa formal é necessário apenas ter luz na mente, mas ser uma conversa profunda e espiritual é necessário fogo no coração.
Neste encontro foi a última vez que os olhos de Pedro viram a Jesus. Se tivéssemos a oportunidade de perguntar a Pedro: Pedro, qual é a última imagem que você guarda de Jesus? Ele nos responderia:
“Um dia Ele me chamou de lado, Pedro, meu querido, gostaria de falar contigo a sós. E nos retiramos para o lado. Ele olhou nos meus olhos com um olhar de ternura e perguntou se eu o amava. Eu disse que, sim, que amava a Ele. Ele voltou a repetir a mesma pergunta, e eu lembro que repeti a mesma resposta. E Ele insistiu mais uma vez em perguntar se eu o amava, eu entendi naquele instante a pergunta, curvei minha cabeça, e disse: Tu se lembras das tantas vezes que eu disse que te amava, jurei perante todos o meu amor por ti, mas fracassei e perante todos também neguei este amor. Hoje, tu conheces meu coração, e sabes o tanto que eu quero te amar”.

O Novo Testamento foi escrito na língua grega, e os gregos retratam o amor como uma árvore que tem as suas ramificações:
1) Erós – fala sobre o amor físico entre um homem e uma mulher.
2) Phileo – que é o amor fraternal que deve existir entre os amigos. É com esse amor que a amizade criada, com esse amor que o relacionamento de amigos se torna duradouro.
3) Storge – fala sobre o amor entre pais e filhos.
4) Ágape – que é o amor abnegado e sacrifical.

Pedro havia experimentado o amor phileo, o amor da amizade, de um companheiro, um amor ainda limitado e cheio de reservas. E neste encontro Jesus quer apresentar a Pedro o amor ágape, o amor sacrificial, não é um amor até a primeira crise, mas um amor altruísta que é capaz de entregar a sua vida pelo o outro. Assim como Jesus deu a sua vida por nós!
E Pedro experimenta este amor que é capaz de superar limites e fazer o que a obrigação não é capaz!

Guarde bem isto, aqui foi à última vez que os olhos de Pedro viram a Jesus. Os evangelhos não relatam outro encontro.
Depois deste encontro, Jesus passou alguns dias aqui na terra, para ser exato 40 dias, entre a sua ressurreição até a sua ascensão aos céus.
Se porventura fizéssemos outra pergunta a Pedro, tão semelhante à primeira: Pedro, você já nos respondeu como foi a última vez que seus olhos viram a Jesus, agora, por favor, diga-nos como foi a primeira vez que o viu? Pedro voltaria no tempo, remexeria seu passado e começaria nos contar o primeiro encontro:

História de Pedro (Lucas 5.1-8):
Contar a história, a chegada na orla da praia depois de uma noite frustrante de pesca e uma multidão ouvindo um certo mestre ensinar.

“Eu notei que as suas palavras eram como chamas de fogo que amolecia meu coração. Eu era um ferro frio, que nunca se deixou moldar, um homem de coração duro, irredutível. A mensagem daquele homem tocou a minha alma, não era como os homens que falavam aos ouvidos, ele tinha autoridade, falava ao coração. Me vi como um ferro aquecido, pronto para ser moldado e diante do melhor ferreiro, Jesus o Nazareno”.
Ele terminou de falar, todos estavam maravilhados e olhavam para ele fixamente. O silêncio reinou por um instante, até que Ele se vira para mim e diz: “lançai as vossas redes para pescar”. Eu respondi “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
“Pedro estava querendo dizer: Senhor eu conheço essas águas aqui como o quintal da minha casa, aqui eu nasci, aqui eu cresci, eu bebi dessas águas (Curiosidade: o Mar da Galiléia não era um mar, mas um rio de água de doce, Lago de Genesaré), eu tiro o sustento da minha família destas águas. Eu sei que se eu lançar as redes agora nada irá acontecer, porém, eu não estou confiando mais nessas águas, eu não vou lançar a rede confiando na minha experiência de pescador, nem na minha experiência com essas águas, eu vou lançar essas redes no poder que há na tua palavra. Estou confiando na tua palavra, essa palavra de autoridade que o Senhor acabou de pregar, essa palavra poderosa que mudou o meu ser, essa palavra que tem atraído as multidões para te ouvir.
Pedro nunca tinha pescado tantos peixes – Pesca maravilhosa.

Aqui se inicia a primeira parte da vida deste apóstolo: Pedro, o seguidor.
Começo falando um pouco sobre o seu chamado.
·         Chamado – Naquele instante disse Pedro: “Afasta-te de mim porque sou pecador”. Pedro reconhece que estava diante de Cristo, o enviado de Deus. E Jesus lhe responde: Não Pedro! Este pedido é impossível para mim, eu vim aqui por sua causa, porque eu te escolhi, segue-me e te farei um pescador de homens.
Pedro abandona a pesca para viver a mais fascinante história de vida: seguir a Cristo.

Pedro recebe o chamado, agora ele vai entrar no segundo estágio, no processo de formação. Este processo é feito de:
·         Experiências – Pedro teve experiências profundas e marcantes no decorrer da caminhada com Cristo. Os três anos que viveram juntos foram intensos. Que experiências são essas?
1) Experiências pessoais:
Em Mateus 14.28 Pedro anda sobre as águas (medo tão grande pelo mar revoltoso)
Pedro passa a entender que aquilo que nos assusta, que perdemos o controle, está sob o controle de Jesus.
Em Mateus 16.16 Jesus tu és o Cristo (Quem diz o povo ser o Filho do Homem?)
Pedro faz uma declaração que se tornou universal e a base da nossa fé: Tu és...
Em Mateus 16.18 Pedro tu és pedra (E eu te digo Pedro – tu és pedra)
Exemplo de uma construção: Cristo é a base, e os discípulos as pedras.

2) Experiências coletivas:
Em Mateus 17.1-8 Monte da transfiguração (Moisés e Elias)
E se fossemos relatar os milagres que Pedro testemunhou, eu resumo com o que está escrito em João 21.25 – “Há, porém, ainda, muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatada uma a uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos”.

Com todas estas experiências que Pedro vivenciou, Jesus estava querendo trabalhar no seu caráter. Jesus não o escolheu pronto, Pedro estava em processo de transformação.
·         Caráter –
Vamos falar um pouco sobre as características de Pedro – Quem era este Pedro?
1) Bipolar – Pedro era um foguete, ia da terra ao céu em questão de segundos. Pedro foi de todos os discípulos o mais humano, ouviu elogios e as mais duras críticas, viveu experiências profundas e traumas marcantes. Ao mesmo tempo em que estava afinado no diapasão do Espírito, logo em seguida desafinava comprometendo a melodia.
Ele tinha acabado de prometer que seria capaz de morrer por Jesus (Marcos 14.31 – Mas ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei), e dentro de instante esbravejava como um medroso que não conhecia esse tal de Jesus, chamado Cristo.

2) Orgulhoso – Se considerava melhor que todos os outros discípulos: Senhor... ainda que venha ser tropeço para todos, nunca o serás para mim – Mateus 26.33.
Tinha uma confiança exagera em si mesmo, pensava ser rocha, mas era pó.
Pedro estava dizendo: Olha Jesus, essa turma de discípulos que andam contigo não dá pra confiar neles não, Judas tem uma cara de traíra, João é tão bom que chega ser bobo, Mateus é muito esperto, era um publicano e uma hora te passa para trás, mas eu sou ponta firme, a corda não rói pro meu lado. Eu sim, sou um homem que merece confiança!

3) Descontrolado – “Então, Simão Pedro puxou a espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando a orelha... João 18.10”. Um homem de gênio explosivo perdia o controle emocional facilmente, era sanguíneo. Um caminhão desgovernado descendo ribanceira abaixo sem freio. Um touro indomável. Não media suas ações.

4) Desconfiado – “Mas, Pedro o seguia de longe” – Mateus 26.58. Gostava de Jesus, mas Ele lá e eu cá, um envolvimento superficial, em cima do muro. Na hora que Jesus é preso ele foge, e começa a seguir de longe.
Na hora de tomar uma decisão sempre se esquivava. O mesmo Pedro que se dizia ser rocha, pedra firme, se mostra que é areia, se dizia autoconfiante só que já não cumpre suas palavras.

O seu caráter o leva ao declínio. Pedro estava diante da cura, mas continuava doente. Pedro estava diante da transformação, mas continuava o mesmo. Não se deixou ser tratado. O que acontece com Pedro?
A QuedaNega três vezes a Cristo (Marcos 14.66-72). Lá dentro da casa do sumo sacerdote Caifás: 1) Pátio se aquentando, criada diz que ele é um discípulo. 2) No alpendre entre os circunstantes, a mesma serva volta a acusá-lo. 3) As pessoas começam a observar Pedro, e notam que ele é um galileu e o acusam – ele esbraveja e pragueja.
Jesus é condenado, não tem mais o que fazer, e Pedro não teria a oportunidade de um reencontro com o Senhor!
Imagina como está a cabeça dele? O que se passa? Seu mundo psicológico.
Se fosse eu no lugar de Pedro, meu mundo tinha acabado, iria à loucura, me sentiria um lixo, desejaria a morte porque tudo dentro de mim está destruído. Foi isso que aconteceu com Pedro!
E ele retorna para sua casa chorando amargamente.

Abro um parêntese: são essas horas que percebemos que somos incapazes de sustentar os nossos sonhos. Que falhamos no meio da caminhada, que decepcionamos as pessoas que mais amamos, aquelas que acreditaram tanto em nós. E dá vontade de desistir, de parar tudo e voltar atrás.

Pedro pisou seus pés na mesma estrada que Judas pisou – Ambos pecaram, Judas traiu Jesus, e Pedro o negou.

- Você já notou a diferença entre o arrependimento de Pedro e o remorso de Judas?
O remorso é um arrependimento incompleto e ineficaz. O arrependimento envolve três tipos de mudança: de mente, de emoção e de vontade.

Arrepender-se é mudar de mente, é sentir tristeza pelo pecado, dar meia-volta e retornar para os braços de Deus. O remorso envolve as duas primeiras mudanças, mas não a última. Ambos pecaram, Judas traiu Jesus, e Pedro o negou. Pedro arrependeu-se e foi restaurado, Judas, porém, tomado de remorso, suicidou-se. Judas reconheceu seu erro. Disse ao sumo sacerdote que havia traído sangue inocente. Judas também sentiu tristeza por seu pecado, confessou-o e, ainda, devolve as trinta moedas de prata que recebera para trair Jesus. Mas não deu o último passo necessário para o arrependimento. Não deu meia-volta para retornar a Jesus. Por isso, continuou em frente, no caminho do pecado e foi enforcar-se.
A diferença entre Pedro e Judas é que o primeiro completou os três elementos do ciclo do arrependimento. Pedro reconheceu seu pecado, sentiu tristeza por ele, a ponto de chorar amargamente e, por fim, retornou ao Senhor, para encontrar nele perdão e restauração.
O remorso é um arrependimento incompleto e ineficaz, um falso arrependimento.
Leva as pessoas ao desespero e não à esperança, à prisão e não à liberdade, à morte e não à vida. Não é prudente ficarmos presos no embaraço do remorso, se podemos encontrar o perdão em Cristo Jesus!
Você está arrependido pelo que fez ou sente remorso? Quando fazemos algo de errado e sentimos aquela tristeza, como saber que aquela tristeza é de um coração arrependido ou de uma consciência com remorso? Arrepender é quando aquela tristeza nos leva a abandonar e recomeçar do jeito certo. Remorso é quando a tristeza não consegue nos convencer de abandonar e assim continuamos no caminho errado. 

Pedro havia negado o Senhor Jesus, tinha perdido a esperança, o Mestre já não estava mais entre eles, estava sepultado em Jerusalém num sepulcro emprestado por José de Arimatéia. Dizem que a esperança é a última que morre, mas a esperança para o cristão: ela nasceu, ela morreu, ela ressuscitou, a nossa esperança está viva!
Pedro não aceitava mais ser chamado de discípulo. Pedro estava decepcionado consigo mesmo. E ele volta para ser um pescador, e desiste de ser discípulo. A pior experiência não é perder a esperança no outro e desistir dele, a pior é quando perdemos a esperança e desistimos de nós mesmos – Pedro havia desistido. Só que Jesus, a esperança viva, não havia desistido de Pedro. A esperança do cristão é Jesus Cristo!
Em Marcos 16 diz: Era muito cedo, um dia de domingo, ao despontar o sol às mulheres ao visitar o tumulo de Jesus o encontra aberto, e de repente um anjo do Senhor aparece e diz: "Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto. Mas ide, dizei aos seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse" (6-7).

Abro um parentese: Porque o domingo é um dia tão especial?
Hoje é domingo e estamos juntos – isto o torna especial.
Domingo é o dia de ressurreição, a nossa esperança está viva. Não é o fim, é apenas o recomeço, é a chance de recomeçar, uma nova oportunidade, é o primeiro dia de uma nova semana. Domingo é o dia do Senhor, porque Ele é a ressurreição e a vida, é o começo e o fim, é a nossa viva esperança! Ele nos dá uma oportunidade hoje de recomeçar.

As mulheres começam a anunciar a todos que o sepulcro está vazio, Jesus está vivo! Encontram os discípulos diz a eles que o Mestre os aguarda na Galiléia, todos estão jubilosos pela notícia, mas Pedro está cabisbaixo. De repente uma das mulheres diz: Pedro, o Mestre faz questão que você esteja lá.

A restauração
“A queda é o distanciamento do homem com Deus. A restauração é a aproximação de Deus com o homem”.
Contar a história –
Tudo se repete como da primeira vez – uma pesca frustrada. Até que uma voz é ouvida: Filhos, tendes aí alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. Então, lhes disse: Lançai a rede a direita do barco e achareis.
Pedro: Eu me lembro desta voz, me lembro destas palavras, isso já me aconteceu antes – primeiro encontro. É o Mestre, é Ele e Ele quer me ver.

O mesmo cenário – mar da galiléia.
O mesmo problema – a pesca frustrada.
O mesmo milagre – a pesca maravilhosa.

Lembra da pergunta: Pedro qual foi a última vez seus olhos viram a Jesus? Foi aqui!
O dialogo entre os dois iniciou-se com uma conversa formal e tornou-se um acerto sentimental. Pedro é perdoado e restaurado.
Deixa o vento passar:
Na navegação antiga, costumava-se amarrar uma corda na ponta externa do vergalhão da vela principal e prendê-la na amurada do navio. Porém, em dias de vento forte, um marinheiro ficava encarregado de esticar ou afrouxar a vela, conforme a força do vento. Se ele mantivesse a vela frouxa, perdia-se velocidade. Por outro lado, se ele mantivesse a vela esticada demais, o vento podia resgá-la ou, até mesmo, fazer o barco capotar.
Este ato de afrouxar a vela era chamado de perdão. O capitão gritava com ele: “Perdoa”. Isto é, deixa o vento passar.
Jesus estava dizendo a Pedro: Meu rapaz você é um pescador nato, te separei para ser um pescador de homens. Porque você está desistindo?
E Pedro: eu te neguei, pequei contra ti, depois de tudo que fiz, ainda o Senhor acredita em mim. E Jesus: Pedro, o vento já passou. Você está perdoado, eu quero te restaurar!
Tem pessoa ainda deixando ser levada pelo vento, mantém a corda esticada, não alivia, não cede. Dê uma nova chance, afrouxe este coração amarrado, deixe o vento passar.

Deus desenha a mesma tela de novo para mostrar que te ama e não desistiu de você!
Deus não desiste de te amar. Ele é apaixonado de amor por você. Ele não te ama por aquilo que você é, Ele não te ama por aquilo que você fez, Ele também não te ama por aquilo que você deixou de fazer. Ele te ama, por quem Ele é, Ele é o amor, o verbo encarnado de amar, a mais bela história de amor, a maior prova de amor, Ele é a essência do amor, o princípio e o infinito amor.

Não há desculpas para Ele não te amar!
“Se deixe ser amado por Deus como você é, e não como você deveria ser, porque ninguém é como deveria ser” – Brennan Manning.
“Nós não somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser. Mas, graças a Deus não somos mais quem éramos” – Martin Luther King.

A vida de Pedro é dividida em duas partes: Pedro o seguidor, e o Pedro depois deste encontro. Fechamos aqui a cortina da primeira parte da sua vida, antes deste encontro, e abrimos uma nova cortina para a segunda parte: Pedro, o discípulo.  
No primeiro encontro – Jesus fez o convite para Pedro o seguir e ele aceitou, mas seguia com reservas, de longe. Depois do encontro da restauração, Jesus faz o mesmo convite, e neste Pedro se entrega incondicionalmente.

Vida do novo Pedro:
1) Sermão após o Pentecoste (Cinco mil almas) – os discípulos estavam reunidos no cenáculo em Jerusalém como o Senhor Jesus havia ordenado...
O homem pedinte de esmolas junto à porta formosa do Templo (Homem eu poderia dar as poucas moedas que me sobram, mas eu quero dar tudo o que tenho, e tudo o que tenho é o Senhor Jesus: Levanta e anda – Atos 9.34).
A ressurreição da costureira Dorcas – Atos 9.40.
2) As igrejas – enquanto Paulo recebeu uma missão para ser apóstolo dos gentios: Este é para mim um vaso escolhido... Pedro recebeu a missão de ser apóstolo dos judeus. Seu ministério se concentrou especialmente em Jerusalém.
3) Contribuição para o evangelho – ele escreveu duas cartas no auge da perseguição do imperador Nero contra a Igreja. E na sua primeira carta, especialmente no capítulo 4.12-16, Pedro nos diz:

v.12 – coparticipantes dos sofrimentos de Cristo – olha quem está nos dizendo isso, este alguém que um dia o negou: Pedro queria as bênçãos de Deus, e não o Deus das bênçãos. Queria participar dos milagres e não do sofrimento. Queria uma aventura, e não correr o risco.
Só que agora ele entende que seguir a Cristo é tomar a estrada principal até o Calvário, até a crucificação. Qual tem sido a sua escolha? As bênçãos ou o Deus abençoador.

v.14 – se pelo nome de Cristo sois injuriados, bem-aventurados sois: aquele que um dia por tantas vezes desprezou o nome de Cristo, hoje nos diz que como é feliz aquele que sofre por este nome.

v. 15-16 – Pedro diz: se existe uma excelente causa para sofrer, está causa é por Cristo. Sofrer por Ele é maravilhoso!

Olha o que Pedro aprendeu depois de desfrutar do amor ágape.

Conclusão: O martírio de Pedro - Rege a tradição:
No ano de 64, o imperador Nero que um homem louco, coloca fogo na cidade de Roma. Sobe para o alto da torre de Messenas vestido de ator, tangendo sua lira, assistindo de lá o espetáculo do fogo destruindo a capital do império romano. Sete noites, seis dias de incêndio. Quando cessam as chamas, dos catorze bairros de Roma, dez deles tinham sido destruídos. Os quatro bairros que sobraram eram povoados por judeus e cristãos, e isto dá a Nero um bom argumento para colocar a culpa do incêndio em Roma nos cristãos. E com isto começa uma sangrenta perseguição contra a igreja: “Os crentes são mortos a pauladas, afogados, enrolados em peles de animais e jogados na arena para os cães morderem, para os touros pisarem e para os leões devorarem. São queimados vivos em praça pública para iluminar as noites de Roma”. Eram luminárias humanas.
Hegespino conta que o povo, ao perceber que Nero procurava razões contra Pedro para matá-lo, rogou insistentemente ao apóstolo que fugisse da cidade. Persuadido pela insistência deles, Pedro dispôs-se a fugir. Ao chegar, porém, à porta da cidade, teve uma visão do Senhor Jesus Cristo que lhe vinha ao encontro. Adorando-o, Pedro indagou: “Senhor, para onde vais?” Ao que Ele respondeu: “Vou para ser de novo crucificado”. Pedro, ao dar-se conta de que era de seu sofrimento que o Senhor falava, voltou à cidade. Porque essa cruz não era mais de Cristo, essa era a cruz de Pedro.
Se o Evangelho é correr o risco de morrer, então se eu não corro o risco, deixo de viver o Evangelho.
Neste cenário, Pedro é encontrado e preso.
O imperador decreta sua morte com data e hora marcada, para que fosse assistida por todos. Manda preparar uma cruz de madeira rígida e pesada. A cruz fica pronta, e chega o dia.
O carcereiro recebe a ordem de ir buscar o prisioneiro Pedro, na sua mão uma tocha, ele começa a percorrer um corredor escuro até a sela de Pedro. Ao chegar pega o prisioneiro, o algema sem piedade, e o conduz para fora.
Uma multidão o espera, o imperador e os seus principais estão sentados aguardando ansiosamente o espetáculo.
Sua cruz está no chão, tiram-se as correntes dos seus braços, vários soldados o segura, um deles pega o primeiro cravo, pontiagudo e afiado, o outro o pesado martelo. Pregam a sua mão direita, ela se fixa na madeira, eles fazem o mesmo com a mão esquerda. Com um cravo maior atravessa os dois pés unindo-os a cruz. Seu sangue escorre a cruz de cima a baixo tingindo a madeira de vermelho carmesim.  
E quando os soldados estavam prontos para erguer a cruz, notam que o prisioneiro Pedro está se mexendo inquieto tentando dizer algo. E o seu algoz pergunta: você quer dizer algumas palavras antes de morrer?
E ele com a voz embargada pelo sangue e trêmulo pela fraqueza, suspira fortemente para ter fôlego para dizer suas ultimas palavras, e diz: Por favor, me crucifica de cabeça para baixo, porque não sou digno de ser crucificado como meu Senhor.
Ali o apóstolo é enterrado com a vergonha de um mártir crucificado, mas foi recebido no céu com as honras de um príncipe.

Deus pode escrever uma linda história de vida, mesmo que as primeiras páginas foram manchadas por erros e pecados.
Deus quer te reencontrar! Pedro estava com o Senhor Jesus, mas não o conhecia.
Você pode dizer: Igor, mas eu já conheço o Senhor, mas Pedro também dizia que conhecia.
Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem – Jó 42.5.
Eu quero deixar isso ao teu coração: Quantos aqui têm uma religião? Infelizmente, eu tenho uma má notícia para te dar, que a sua religião não pode te levar para o céu. Ela não é suficiente para te levar a Deus. Somente Jesus Cristo pode te levar a Deus, e hoje Ele quer te encontrar.
A primeira fase da vida de Pedro, antes daquele encontro, é de Pedro, o seguidor – religioso, preso a tradição e tantas coisas, e depois já vemos a de Pedro, o discípulo – íntimo, um cristão autêntico e um verdadeiro imitador de Cristo.
Deus não quer que você o siga de longe, Ele ter quer perto para você vivenciar experiências extraordinárias. 

A grande lição da vida de Pedro ante do encontro, é que Jesus ocupava um lugar insignificante em sua vida. Isto foi o maior obstáculo.
Até o dia que Jesus ocupou o coração de Pedro, passou a ser o primeiro da sua existência, a primazia de todas suas decisões – o que fez toda diferença!
Pedro sempre teve seus altos e baixos. Errou, mas se acertou. Desistiu, mas voltou atrás, retomou. Interessante que:
Em Mateus, Marcos, Lucas e Atos onde estão as lista dos 12 discípulos, sempre Pedro aparece como o primeiro da lista.
(Mt 5.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16 e At 1.13) – isto tem a ver com posição de honra. Notem que o nome de Judas sempre aparece em último lugar.

Você pode ter começado sozinho e não ter conseguido, no entanto, hoje você pode recomeçar com Cristo ao seu lado, e certamente sua história terá um final feliz como foi com Pedro!