Paulo, o maior líder do cristianismo
É de grande valor você saber que está é a ultima carta que o
apóstolo Paulo escreve, e muito importante dizer que ele escreve está carta da
sua segunda prisão em Roma. A sua primeira prisão foi domiciliar por dois anos
vigiado dia e noite pela guarda pretoriana do imperador, agora ele está numa
masmorra, úmida, fria e escura, de onde os prisioneiros saiam leprosos ou
diretos para o martírio. E de dentro desta masmorra ele escreve está última carta,
sendo este o último capítulo desta carta, e estás são as últimas palavras deste
capítulo, bem como as últimas palavras do apostolo Paulo antes de morrer.
E ele escreve ao jovem Timóteo, um filho a quem o apóstolo
adotou, amou e dedicou sua vida, suas últimas palavras diz – leitura do texto II Timóteo 4.6-18.
Todos já ouviram falar de Paulo, o apóstolo dos gentios. Mas,
você o conhece?
Nenhum outro homem influenciou tanto a Igreja quanto Paulo.
Se você vive uma vida cristã autêntica e decente, Paulo tem uma grande
contribuição. Mas, você conhece a Paulo?
Quem era esse homem que provocava verdadeiras revoluções por
onde passava? Quais eram suas credenciais? Quem eram seus pais? Onde nasceu?
Como foi educado? Quais eram suas convicções religiosas?
Suas cartas ainda falam. Sua voz continua sendo poderosa.
Milhões de pessoas são abençoadas ainda hoje pela sua vida e pelo seu legado.
O apóstolo Paulo foi, certamente, o maior pastor, o maior
evangelista, o maior teólogo, o maior missionário e o maior plantador de
igrejas de toda a história do cristianismo. Plantou igrejas nas províncias da
Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor.
Paulo foi o maior bandeirante do cristianismo. Sua conversão
extraordinária foi um divisor de águas não só em sua vida, mas também na
história da humanidade. Antes desta transformadora experiência, foi o maior
perseguidor do cristianismo, depois dela, tornou-se o maior expoente.
O homem que teve o maior número de obras traduzidas e
publicadas em todo mundo, um dos homens que mais influenciou a humanidade, tais
êxitos não foram suficientes, porque ele morreu pobre, abandonado, velho, com
cicatrizes espalhadas pelo corpo, dentro de uma masmorra, saindo de lá apenas
para o martírio.
“Entristecidos,
mas sempre alegres, pobres, mas enriquecendo a muitos, nada tendo, mas
possuindo tudo” – II Coríntios 6.10
Quem é este homem? Tenho como propósito apresentar ele para
você. Quero muito apresentar o apóstolo Paulo a está igreja a quem ele tanto
influencia e contribui.
Começo falar de Paulo repetindo as palavras que ele mesmo
usou para se apresentar, em Filipenses
3.5-7, ele diz: Circuncidado ao
oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus,
quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja, quanto à justiça
que há na lei, eu era irrepreensível. Mas o que para mim era lucro, passei a
considerar perda, por amor de Cristo.
Ele era um judeu puro sangue. Seus pais eram judeus. O sangue
que corria nas suas veias era o mesmo que corria nas veias de Abraão, o
patriarca. Como era de costume o menino ao oitavo dia era circuncidado e
recebia um nome. Ele recebeu o honroso nome de Saulo, que trazia boas
lembranças aos descendentes da sua tribo, Benjamim (principal tribo de Israel porque
o primeiro rei de Israel, Saul era benjamita). Saulo era uma homenagem a Saul.
A luz de Atos 22.3, sabemos que nasceu em Tarso da Cilícia,
região muito importante do império, e isto lhe deu o direito de ser um cidadão
romano. Ou seja, Saulo era um judeu de sangue e um romano de carteirinha –
possuía dupla cidadania.
E ainda muito jovem foi enviado pelos seus pais à cidade de
Jerusalém para aprender aos pés do grande rabino da época, Gamaliel, neto do
mais famoso e respeitado rabino que existiu, Hillel, para se tornar no futuro
um grande rabino ou um líder do judaísmo. Em Gálatas 1.14 diz que dentre todos
da sua idade, ele se destacou, tornando-se extremamente zeloso da tradição dos
seus pais.
Tornou-se um homem muito sábio, transitava pelos corredores
do saber humano com uma desenvoltura incomum, era um poliglota, falava vários
idiomas e conhecia a cultura do seu mundo como nenhum outro, tanto que quando
pregou na capital intelectual do mundo, a Atenas de Péricles, Sócrates,
Aristóteles e Platão, fez questão de citar alguns poetas atenienses e discutir
com os filósofos: os estóicos e epicureus (citado em Atos 17).
Esse era
Saulo, um homem de mente brilhante, um homem incomum! Mas a sua história começa
a se descortinar para o espetáculo da vida quando:
No primeiro dia da semana, pela manhã de um domingo, os
discípulos ainda estavam aflitos a espera do cumprimento da ressurreição,
Jerusalém vivia a expectativa, alguns criam outros zombavam, e de repente uma
notícia explode como uma bomba no arraial do inimigo. O túmulo de Jesus,
chamado Cristo, está aberto, e aberto de dentro para fora. Ele verdadeiramente
ressuscitou como havia dito!
Todo sinédrio fica alvoroçado, contratam testemunhas para dizer
que os discípulos tinham roubado seu corpo, e é neste momento que Saulo de
Tarso se levanta como o maior perseguidor do cristianismo, como o mais
implacável opositor, como o mais cruel inimigo da fé cristã.
Aqui se
inicia o primeiro capítulo da vida deste homem: Saulo, o maior perseguidor do
cristianismo.
Em Atos 9.1, diz: “Saulo,
respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”
A frase “respirando
ameaças e morte” no original do grego traz a idéia de um lobo faminto
diante da sua predileta presa, pronto para atacar, pronto para saltar sobre
está presa. Saulo era está fera, Saulo era este lobo, faminto para devorar os
cristãos.
Em 1 Timóteo 1.13 – ele mesmo diz a seu respeito: “a mim que, noutro tempo, era blasfemo, perseguidor
e insolente”. E também diz em Gálatas 1.13: “como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava”. Atos
8.3 nos informa que: “Saulo, porém,
assolava a igreja, entrando pelas casas, e arrastando homens e mulheres,
encerrava-os no cárcere”. Não o bastante, Atos 9.21 diz que: “exterminava em Jerusalém os que invocavam o
nome de Jesus”. A cruel missão de Saulo era exterminar, seu desejo não era
prender, não era bater ou açoitar. Saulo se realizava em matar os cristãos e só
cessaria quando cumprisse a missão de exterminar a igreja de Cristo da face da
terra. Saulo era o mais temido assassino da sua época. Saulo era uma fera a
procura de derramar sangue inocente.
Permita-me continuar ainda falando um pouco mais sobre isto,
em Atos 22.4 ouça as suas palavras: “Persegui este Caminho até a morte,
prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres” – seu interesse não era
apenas os cristãos, mas a fé dos cristãos. Notem que ele persegue o Caminho, o
mesmo que Jesus diz em João 14.6: Eu sou o caminho. Tanto que em Atos 26.9 ele
diz: “Na verdade, a mim me parecia que
muitas coisas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno”. Ele
perseguia os cristãos, a fé dos cristãos e por fim, o Deus dos cristãos. Ele
persegue a Jesus Cristo.
Atos 26.10 revela as atrocidades que Saulo fazia: “lançando muitos dos santos em prisões, e
contra eles dava o voto, quando os matavam”. Saulo não mandou matar apenas
Estevão, mas mandou matar a muitos cristãos em Jerusalém. Saulo era um
assassino em série.
Atos 26.11 - Além de entrar nas casas, não respeitando a
família, ele também entrava nas sinagogas, em lugares sagrados e obrigava os
cristãos a blasfemar contra o nome de Deus. Saulo perseguia fisicamente batendo
e aprisionando os cristãos, e também torturava psicologicamente, porque
obrigava dizendo: “ou vocês negam a este
Deus ou morrem a espada”. E continua o versículo 11 dizendo que ele “demasiadamente enfurecido contra eles,
mesmo por cidades estranhas os perseguia”. Está frase: demasiadamente enfurecido revela uma fera fora de si. Você já viu
uma fera bufando? Assim estava Saulo a procura dos cristãos!
Quando Jesus apareceu a ele no caminho de Damasco, em Atos
26.14 disse: “Saulo, Saulo, porque me
persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões”.
Você já viu aqueles domadores de leões e animais selvagens?
Eles usam uma lança pontiaguda que quando o animal tenta desobedecer é
castigado com uma pontada. Aquilo é um tipo de aguilhão.
Para amansar uma fera é necessário usar o aguilhão. Pensamos
que aqui a caminho de Damasco é que Deus começa a trabalhar na vida de Saulo.
Mas não é, porque todas as vezes que Saulo furioso invadia uma casa obrigando
os cristãos a negar a Jesus, ou em uma sinagoga blasfemando e batendo nos
cristãos dizendo que iriam morrer se não negasse o nome de Jesus, e nas muitas
vezes jogava estes cristãos na prisão e dava seu voto para os matarem, e ao
invés de ver esses cristãos blasfemar, negar ou amaldiçoar o nome do Senhor, os
via glorificando a Deus. Isso era uma pontada na sua consciência, era o
aguilhão de Deus ferroando o cruel perseguidor. E mesmo assim essa fera não é
amansada, até o dia em que ele respirando ameaças e morte a caminho de Damasco,
com o propósito de capturar os cristãos, e os levar acorrentados para
Jerusalém, de repente o Senhor Jesus aparece para ele, está fera agora vai ao
chão, e do céu ele ouve uma voz mais poderosa do que um aguilhão dizendo: “Saulo, Saulo, porque me persegues? Dura
coisa é recalcitrares contra os aguilhões”.
Naquele momento o maior perseguidor dos cristãos, da fé dos
cristãos e do Deus dos cristãos está convertido – para honra e glória do nome
do Senhor Jesus Cristo! Termina aqui o primeiro capítulo da sua vida.
Agora
começa o segundo capítulo da vida deste homem: a preparação de Saulo para o
ministério.
Atos cap. 9, versículo 8 em diante diz: “Então, se levantou Saulo da terra, e abrindo os olhos não podia ver.
E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco. Esteve três dias sem ver,
durante os quais nada comeu, nem bebeu”. Saulo estava jejuando e orando.
Continuando diz a Bíblia: “Ora,
havia em Damasco um discípulo chamado Ananias”. O próprio Senhor apareceu a
ele numa visão e o ordenou “Dispõe-te, e
vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo,
apelidado de Tarso, pois ele está orando. Impõe as mãos sobre ele, para que se
recupere a vista”.
E Ananias responde: “Senhor,
de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus
santos em Jerusalém. E veio até aqui para prender todos os que invocam o teu
nome”. Mas o Senhor lhe disse: “Vai,
porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome aos gentios. E
lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome”.
Ananias foi, entrou na casa, impôs sobre Saulo as mãos e
imediatamente as escamas caíram dos olhos, ele tornou a ver, se levantou e foi
batizado com o Espírito Santo. Naquele
momento Saulo recebe o revestimento de poder. O qual eu e você precisamos
buscar para fazermos a obra do Senhor. Abro um parêntese – Você quer saber se
uma pessoa está pronta para fazer a obra do Senhor? Olhe o testemunho dela,
olhe os frutos que a vida dela produz. A vida revela a árvore, as atitudes os
frutos, assim você descobre se ela é cheia do Espírito Santo. Caso, contrário,
falar em línguas, pular, cair, profetizar e se auto-intitular espiritual, não
passa de um engano! Fecha-se o parêntese.
Presta muita atenção o que diz Atos 9.20 – “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus
afirmando que este é o Filho de Deus. Volto a chamar sua atenção para o
verso 22 – “Saulo, porém, mais e mais se
fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus
é o Cristo”.
Existe alguma diferença entre o verso 20 e o 22? Existe
alguma diferença na pregação do verso 20 e o 22? Deixe-me reformular melhor a
pergunta: Existe alguma diferença entre afirmar e demonstrar? No versículo 20,
ele afirmava que Jesus é o Filho de Deus, já no versículo 22 ele demonstrava
que Jesus é o Cristo.
Afirmar é você
fazer uso das palavras, é tentar convencer com palavras. Demonstrar já é você provar e ninguém ter argumentos que prove o
contrário.
Então fica claro que tem uma profunda diferença entre a
pregação do verso 20 e o 22, no 20 ele pregava aos ouvidos, no verso 22 ele
pregava aos ouvidos e aos olhos.
A pergunta que precisa ser respondida é: Quanto tempo se passou entre a pregação do verso 20 e a pregação do
verso 22? Atos não responde está pergunta, mas a resposta está em Gálatas
1.15-18 onde diz: “que não consultou
carne ou sangue, nem subiu para onde estavam os apóstolos antes dele, mas
partiu para as regiões da Arábia. E foi lá nas regiões da Arábia que o Senhor
Jesus se revelou a ele”. E está experiência causa um grande impacto na vida
de Saulo, que a sua mensagem e o que ele escreve em suas epistolas, não é fruto
de um conhecimento acadêmico, ele não aprendeu em nenhuma escola teológica, ele
não aprendeu de nenhum mestre humano, ele aprendeu do próprio Senhor Jesus num
seminário intensivo de três anos a sós com Deus – nas regiões da Arábia.
Paulo é o último apóstolo de ofício e por direito. Para ser
um apóstolo eram necessárias três experiências:
1- Ter sido escolhido por Jesus
2- Ter caminhado com Jesus
3- Ter visto a ressurreição de Jesus
Paulo passou estas experiências! Mas, como se Jesus já tinha
ido ao céu? Quando o Senhor Jesus apareceu a ele no caminho de Damasco, ele o
viu ressurreto (1ª experiência
confirmada), foi escolhido para uma grande obra – levar o nome de Jesus aos
gentios (2ª), e curiosamente como
Jesus investiu três anos na vida dos demais apóstolos (dos seus trinta anos até
a sua crucificação aos trinta e três), assim Jesus também investe três anos em
Paulo nas regiões da Arábia (3ª).
Findado estes três anos, Saulo retorna a Damasco, convencido
que Jesus é o Cristo. E neste exato momento que se encaixa o versículo 22: “Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e
confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo”.
E o que acontece com ele?
Os judeus querem matá-lo em Damasco. E ele precisa fugir
dentro de um cesto, de forma humilhante. E ele vai para Jerusalém.
Vejamos Atos 9.26 – “Tendo
chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos, todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo”.
Quero que você preste muito a atenção nesta parte, Hernandes
Dias Lopes levanta uma tese e eu concordo com ele.
Quando Saulo sobe para Jerusalém, ele tem consigo algumas
expectativas, e a expectativa que ele tem é que ele é o homem mais bem
preparado, com o melhor currículo, com o melhor perfil para ser o grande líder
da igreja em Jerusalém. Muitos pensam que Saulo já começou a ser usado por Deus
poderosamente desde sua conversão, isto não é uma verdade. Saulo precisou
aprender uma das maiores verdades na vida cristã e no ministério, que eu e você
precisamos aprender. E que verdade é essa?
A verdade da Nova Aliança – tudo depende de Deus, nada
depende de mim. Paulo vai entender isso mais tarde em sua segunda carta aos
Coríntios no cap. 3 versículos 4 e 5 que diz: “a nossa suficiência vem de Deus”. Isso é Nova Aliança!
Mas quando Saulo subiu para Jerusalém, ele não estava
entendendo o que é a Nova Aliança em sua vida. A tese levantada é que:
Saulo tinha motivos para pensar que ele era o homem ideal
para ser o líder na igreja de Jerusalém.
Primeiro: Quase todos
os apóstolos de Jesus estavam mortos e os que estavam vivos eram galileus. Os
evangelhos mostram que os discípulos eram recebidos em Jerusalém com desprezo,
por serem galileus, vindo da Galiléia dos gentios, lugar de gente atrasada.
Jerusalém era centralizadora do poder, uma cidade de elite. Lá estava o
sinédrio, lá estavam os escribas, lá estavam os sacerdotes, lá estavam os
fariseus, lá estava a nata do saber teológico. Tanto é, que quando aconteceu o
pentecoste, a descida do Espírito Santo em Jerusalém, algumas pessoas olharam os
discípulos reunidos no cenáculo e disseram: São
galileus, estão bêbados. Os galileus não tinham uma boa fama, certamente os
discípulos não seriam bem recebidos em Jerusalém.
Segundo: os
apóstolos de Jesus eram incultos e iletrados. Na cabeça de Saulo os discípulos
não dariam conta do recado, não teriam capacidade para tal obra, porque não
tinham cultura, não tinham conhecimento para terem êxito na capital intelectual
do saber teológico.
Mais o motivo primordial era que ele Saulo cresceu em
Jerusalém, conhecia Jerusalém, conhecia os corredores do poder, conhecia o
Sinédrio – os homens mais respeitados. Além disto, ele perseguira a igreja em
Jerusalém.
No versículo em destaque Atos
9.26 a primeira coisa que acontece é que os discípulos não acreditam na
conversão dele, e ele não é recebido. Saulo enfrenta sua primeira decepção.
Mas, Barnabé (que traduzido é o filho da consolação) faz jus
a seu nome e, o apresenta aos discípulos, dando-lhe total apoio, e então Saulo
entrando e saindo, pregando poderosamente, falando e discutindo até que os
helenistas planejam matá-lo. Quando isto chegou ao conhecimento dos irmãos,
eles decidem que não dá mais para Saulo pastorear a igreja, e ele precisa ir
embora.
Os membros não querem mais Saulo lá, só que ele está
convencido de ficar e não vai embora. Em Atos 22.17-18 ele diz: “Enquanto ele orava no templo, o Senhor
falou com ele dizendo: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão
o teu testemunho a meu respeito”. Ou seja, Deus está mandando Saulo arrumar
as malas o mais rápido e ir embora.
Uma coisa é os membros da igreja não querer mais o pastor,
outra coisa é o próprio Deus não querer ele mais lá. E mesmo assim, Saulo
insiste em não ir embora. Vejam os versos 19 e 20 – Ele começa a argumentar com
Deus: “Eles bem sabem que eu encerrava em
prisão e, nas sinagogas, açoitava os criam em ti. Quando se derramava o sangue
de Estevão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até
guardei as vestes dos que o matavam”. Saulo estava tentando convencer Deus
que seria um erro grave ele ter que ir embora, Deus estaria mandando embora o
melhor candidato, estaria engavetando o elhor currículo. Só que Deus não mudou
de idéia. E o teimoso Saulo também não mudou de idéia, e não foi embora. Ele
estava achando que Deus dependia dele, ele estava achando que era
insubstituível.
Vamos voltar para Atos 9.30, por favor.
Diz que os discípulos se reuniram e o levaram para Cesaréia,
entenda que ele não saiu, tiveram que sair com ele, tiveram que tirar ele na
marra.
E de Cesaréia o mandaram ir a um lugar especial para as
pessoas que pensam ser insubstituíveis. Para onde o enviaram? Tarso, onde era
Tarso? A cidade que ele nasceu. Deus estava dizendo para Saulo que se achava o
tal: “Meu filho, arruma as malas e volta
para a casa”. Você está pensando que Eu dependo de você, pois é você que
depende de mim.
E neste retorno a Tarso, Saulo ficou quase dez anos no
anonimato, esquecido por todos, para alguém que queria tanto a liderança da
Igreja em Jerusalém. Aqui revela uma
grande lição: Neste tempo Deus estava trabalhando nele, antes de trabalhar
através dele. Porque Deus está
mais interessado no que você é do que no que você faz. Vida com Deus precede
trabalho para Deus. Então, Deus está lapidando a pedra bruta com as mãos de um
joalheiro.
E se não bastasse, diz no verso 31 – que quando Saulo saiu, a
Igreja passou a ter paz e a crescer. Não tem nada pior, Saulo estava pensado
ser o remédio, mas ele era a doença, pensando ser a solução, mas era o problema.
No dia em que ele vai embora da igreja todos os problemas desaparecem e a
igreja começa ganhar muitas vidas. Deus estava mostrando a ele que a Sua obra
não depende de homem, depende Dele que chama e capacita. Saulo precisava
aprender sobre a Nova Aliança – tudo depende de Deus, nada depende de mim.
Anos mais tarde
um avivamento chega até Antioquia da Síria, e a igreja de Jerusalém envia
Barnabé, seu melhor pastor. E Barnabé ao ver a graça de Deus se manifestando
naquela cidade, se lembra de Saulo e vai até Tarso o apanha, e durante um ano
eles ensinam a palavra de Deus na igreja de Antioquia. Quando orando e
jejuando, o Espírito Santo diz: “Separai
agora a Barnabé e a Saulo a quem os tenho chamado” (Aqui nos mostra 3 segredos pra uma igreja avivada: ensinando a Palavra,
orando e jejuando). Por isso tenho minhas dúvidas contra métodos e movimentos,
sou novo 26 anos, mas tenho 2 anos de corredor e 8 de janela. Já organizei,
participei e me decepcionei com os frutos. O segredo está aí! Não existe outro
segredo, ninguém vai inventar a roda porque ela já existe, aqui está a
engrenagem que movimenta a Igreja.
Mais uma vez,
presta muita atenção: o Espírito Santo não chamou a Saulo e Barnabé, chamou a
Barnabé e a Saulo. Você já foi reserva de alguém? Já foi auxiliar de outro? Já
serviu o próximo?
Saulo não era o
líder, ele era o liderado. Ele tinha que andar debaixo da liderança de Barnabé,
sob a batuta de Barnabé aquele que tinha a voz de comando, Saulo tinha que
ouvir e obedecer. Nestes detalhes Deus estava trabalhando em Saulo, Deus ainda
estava ensinando o segredo da Nova Aliança – tudo depende de Deus, nada depende
de nós.
Até que chegam
em Pafos, e para aquela jornada o jovem João Marcos, primo de Barnabé passa a
acompanhá-los, auxiliando os dois. E ao chegar em Pafos, Elimas o mágico tentou
afastar a fé e impedir o procônsul (governador) Sérgio Paulo de entregar a sua
vida a Jesus Cristo. Todavia Saulo de Tarso cheio do Espírito Santo fixou os
olhos nele disse: “Ó filho do diabo...
até quando perverterás os retos caminhos de Deus? Pois ficarás cego” – Atos
13.8-10. O mágico ficou cego e o procônsul se converteu, e a multidão temeu
a Deus, sendo que a partir de Pafos Saulo deixou de usar seu nome judaico Saulo
e passou a usar seu nome romano Paulo. E depois deste acontecimento, Paulo
passa a ser o maior líder do cristianismo porque havia aprendido a lição: tudo
depende de Deus, nada depende de mim.
Barnabé e Saulo
seguiram a primeira viagem missionária, percorrendo a província da Gálacia,
quando o jovem João Marcos no meio do caminho decide não continuar a viagem e
volta para sua casa em Jerusalém (O
jovem pode ter pensado que missão era turismo, que a obra do Senhor é uma
colônia de férias e que a Igreja é um parque de diversão).
E os dois
percorrem a província da Gálacia plantando igrejas em meio a lutas e lágrimas,
mas alcançando vitórias extraordinárias – deixando igrejas estabelecidas e
liderança firmada.
E agora vejamos
Atos 14.27 – eles retornam da viagem missionária para a igreja de Antioquia,
que os tinha enviado. E reunindo a igreja, relatam quantas coisas fizera Deus
com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
Notem duas
coisas:
Primeiro: tem
espaço para testemunho na igreja.
Segundo: não tem
espaço para a projeção do homem dentro da igreja.
Parece idêntico com o que acontece na TV, mas na TV
acontece o comércio da fé.
A religião pura e sem mácula em Tiago 1.27 é socorrer
os necessitados, amar o seu próximo e guardar-se incontaminado do mundo. E não
possuir fazendas e tantos bens.
Eles relataram
quantas coisas fizera Deus, e não quantas coisas eles fizeram. Porque quem faz
a obra é Deus, nós somos apenas um instrumento.
Segunda viagem missionária – Atos 15.36-40.
Alguns dias depois,
disse Paulo a Barnabé: Voltemos, agora, para visitar os irmãos por todas as
cidades nas quais anunciamos a palavra do Senhor, para ver como passam. E
Barnabé concorda, porém com uma condição, a de levar João Marcos. Mas, Paulo
não achava justo levarem aquele que os abandonou em Panfília (Percebe-se que
Paulo está dizendo: comigo este moço não vai, eu não ando mais uma milha com
ele – Paulo está sendo radical. No entanto, Deus está dando uma nova chance a
um jovem missionário – Jovem: Deus
sempre dá uma nova chance). E o texto continua dizendo que houve grande
desavença entre eles, que vieram a separar-se. Barnabé escolheu seu primo João
Marcos, e Paulo chamou a Silas. Abro um
parêntese: Interessante que não era
para os irmãos brigarem, mas brigam. E mesmo assim Deus age, ao invés de uma
caravana missionária, agora se tem duas. Porém, será necessário o perdão e a
reconciliação, e mais a frente veremos isto. O encontro do olho no olho, as
confissões e o acerto de contas, caso contrário, não poderá seguir viagem.
E o livro de
Atos nos diz que Paulo e Silas foram impedidos pelo o Espírito Santo de pregar
a palavra na Ásia. E numa noite sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão
macedônico lhe rogava: Passa a Macedônia
e ajuda-nos (Atos 16.6-10). Deus muda a rota, o evangelho agora
chegaria ao lado Ocidente, louvado seja o Senhor, porque as boas novas de
salvação chegaram até nós por meio desta mudança de rota.
A Igreja não pode avançar na sua missão se não houver uma
correção de rota.
Deus dá a direção, mas Paulo escolhe os melhores métodos. Por
favor, me ouça você que é líder na igreja, ou você que almeja trabalhar na obra
do Senhor.
Se você notar Paulo só se fixa em cidades estratégicas:
Filipos era colônia romana, Tessalônica era a capital da Macedônia,
Beréia importante cidade da região, Atenas capital intelectual do mundo e
Corinto capital da Acaia.
O que Paulo está nos ensinando? Estratégias missionárias.
Vamos plantar uma igreja, um trabalho ou uma missão. Em que
cidade? Em que bairro? Em que rua? Que terreno comprar?
Porque muitas vezes estamos no pior local, da rua mais
escondida, do bairro mais distante, da cidade de mais difícil acesso. E a obra
começa, continua e nada acontece. Ela não cresce, não progride e não alcança
ninguém.
Se nós plantarmos excelentes ministérios em igrejas
estratégicas, igrejas estratégicas podem influenciar a sua micro-região. É
exatamente isto que Paulo está nos ensinando.
Essa é a missão que queremos para Buritama, uma igreja
dinâmica e avivada, caminhando no poder do Espírito Santo, seguindo a direção
de Deus, anunciando a Jesus Cristo, começando por aqui e alcançando toda
redondeza. Uma igreja que vai trazer um impacto nas cidades vizinhas. E Deus conta com você! Assim como foi com
Paulo e Silas.
Agora fica um grande alerta: Mesmo se você faz a obra de Deus
na direção de Deus, segundo os melhores métodos, não quer dizer que terá vida
fácil. Paulo foi preso e açoitado em Filipos, foi escorraçado em Tessalônica,
foi enxotado em Beréia, foi chamado de tagarela em Atenas e chamado de impostor
em Corinto. A perseguição do mundo
sempre foi o combustível para igreja avançar, mas a perseguição interna
paralisa a obra. Sabe porque a igreja não avança? Não é por causa do mundo,
porque o mundo está clamando a ajuda da igreja, mas não avança por causa das
discórdias entre irmãos... hoje a perseguição da igreja é um irmão contra o
outro.
De Corinto, onde permaneceu por dezoito meses, ele escreve
suas duas cartas a igreja de Tessalônica. E agora ele volta para a terceira
viagem missionária.
Terceira viagem missionária – Atos 18.23
Paulo vai residir em Éfeso, capital da Ásia Menor, por três
anos. De Éfeso escreve suas duas cartas a igreja de Corínto. Lições das cartas (pensamos que as cartas
foram escritas aleatórias ou porque somente essas igrejas? Paulo sempre escreve
suas cartas para a Igreja anterior).
E ali em Éfeso explode um grande avivamento – a cidade era um
centro de feitiçaria, e os três anos de labor de Paulo acabam com a feitiçaria,
e os feiticeiros queimam os seus livros de magia em praça pública sob os
olhares de todos, somando o montante de cinqüenta mil denários que o fogo
consumiu. Éfeso era um centro de idolatria, porque na cidade estava o templo da
deusa Diana (latim) ou Artemis (grego), a deusa mãe da fertilidade, seu templo
era uma das sete maravilhas do mundo antigo. A economia da cidade girava em
torno do comércio das estatuetas da deusa Diana, os nichos de Diana davam muito
lucro aos artífices (tão semelhante à cidade de Aparecida do Norte, para quem
em outro tempo já teve a oportunidade de conhecer. E não muito diferente das
igrejas evangélicas que vendem seus nichos: chave, toalha, galão, travesseiro e
etc.). Paulo chama isso de nicho de
idolatria porque o único objetivo é lucrar os homens e não propagar a fé.
E Paulo desarticula a idolatria na cidade, as pessoas já não
compram mais a imagem da deusa porque não acreditam mais em deuses feitos por
mãos de homens. E a palavra de Deus prevalecia em Éfeso. E por ali ser uma
cidade estratégica, Paulo planta igrejas nas cidades vizinhas: Colossos,
Laodicéia e Hierápolis.
O ministério de Paulo está no auge, “E Deus pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de
levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as
enfermidades fugiam das vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” – Atos
19.11-12.
E agora ele está saindo de Éfeso a caminho de Jerusalém, com
uma missão muito importante, conforme Gálatas 2.10 – Ele não se esqueceria dos pobres. Paulo havia levantado uma oferta
entre as igrejas gentílicas e levaria agora está oferta aos crentes
necessitados em Jerusalém.
E quando ele está indo para Jerusalém, ele para na Macedônia
e escreve sua carta mais importante, a carta aos Romanos. E nesta carta faz
dois pedidos de oração:
1) Para que não fosse morto pelos rebeldes judeus
2) Que os crentes judeus recebessem de bom grado a oferta dos
crentes gentios – dificuldade entre esses
dois povos em manter comunhão. Antigamente o mundo era dividido em dois povos:
judeus e os gentios. Os judeus acreditavam serem superiores, enquanto o resto
do mundo, os gentios eram inferiores.
O propósito no coração de Paulo não era apenas levar uma
oferta para suprir a necessidade dos judeus, mas era firmar a unidade entre os
irmãos e derrubar de vez o muro entre os judeus e os gentios. Ele queria a
unidade da igreja de Cristo. A unidade é
muito importante!
Era uma
única igreja, mas tinha um muro no meio dela dividindo dois povos.
Sabe qual o
conselho que Paulo está dando para nós? Se você tem algo contra seu irmão vai
até ele e perdoe, ou se você fez algo contra seu irmão peça perdão. Sejamos um.
Ao sair, ele vai ao Porto de Mileto e manda chamar os
presbíteros de Éfeso para dar as últimas instruções, e ele diz em Atos 20.23 e
24 – “O Espírito Santo, de cidade em
cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o
ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de
Deus”.
E ele continua dizendo: Eu
sei que não terei a oportunidade de ver o rosto de vocês novamente, mas meu
coração está em paz, porque jamais deixei de anunciar os desígnios de Deus. Eu
sei que muitos lobos vorazes tentarão destruir este rebanho, mas vigiai, porque
durante três anos, noite e dia, não cessei de admoestar com lágrimas cada um de
vós. É necessário socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio
Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber – Atos 20.25-38. Enviar
dinheiro para os tele-evangelistas, invista em missões, lembre dos povos
necessitados. É a nossa obrigação.
Antes de partir se despendem um do outro, e a despedida é
regada de emoções, eles se ajoelham na praia e oram com Paulo, abraçando e
beijando afetuosamente. Paulo deixou marcas eternas nos corações deles,
amando-os, levando-os a Cristo, cuidando deles dia e noite, e chorando por cada
um na presença do Senhor.
O navio partiu e chegado em Cesaréia, o profeta Ágabo,
tomando o cinto de Paulo, prendeu-o atando os seus pés e mãos, dizendo que
desta forma os judeus em Jerusalém o prenderão. E Paulo responde: “Que fazeis chorando e quebrantando-me o
coração? Pois estou pronto não só a ser preso, mas até morrer em Jerusalém pelo
nome do Senhor Jesus” – Atos 21.13.
Ele foi e foi preso. Porém, testemunhou as principais
autoridades e a uma multidão. E em Atos 23.11 diz: “Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem!
Pois do modo que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa
que também o faças em Roma”.
Os judeus
tramam em secreto matar Paulo, se reúnem e sob anátema, juraram que não havia
de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. Ou seja, eles fizeram um
juramento de anátema, juramento de maldição, se eles não matassem a Paulo
podiam os considerar malditos.
O sobrinho
de Paulo fica sabendo, vai a prisão e avisa sobre a trama e no mesmo dia Paulo
é levado a Cesaréia, e fica mais dois anos preso acusado pelos judeus. E lá
também dá testemunho sobre sua conversão.
Paulo se
defende perante Felix, e depois na mudança de governo da província, se defende
também ao novo governador Festo. Os judeus pediram a Festo para mandar o
prisioneiro Paulo até Jerusalém, dizendo que Paulo era um problema que eles
precisavam resolver, mas na verdade queriam matar Paulo no caminho. Festo
estava quase cedendo a pressão dos judeus, quando Paulo percebe a trama, diz ao
governador: Eu sou cidadão romano, e eu
quero ser julgado em Roma (dupla
cidadania de Paulo). O governador responde: Para Roma você que ir, para Roma você irá.
Era vontade de Deus que ele fosse para Roma, e é vontade
também de Paulo ir a Roma. No dia em que ele toma um navio para Roma enfrenta
um naufrágio. Tinha duzentos e setenta e seis presos naquele navio, o medo e o
pavor toma conta de todos, a carga é jogada no mar e se perde, a morte era a
única certeza, mas um anjo de Deus aparece a Paulo e diz: “Paulo,
não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua
graça, te deu todos quantos navegam contigo” – Atos 27.24. O navio se
despedaça e eles segurando aos destroços chegam a uma ilha, chamada Malta. São
recebidos pelos bárbaros com uma fogueira para aquecer, porque estavam molhados
e com frio. E dos 276 presos, mais a tripulação do navio, o único que tentou
manter o fogo aceso foi Paulo, que ao pegar um punhado de graveto e jogar no
fogo, foi picado por uma víbora.
E quando a cobra prendeu na mão de Paulo, os Bárbaros
começaram a gritar: “Certamente, este
homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver” – Atos
28.4. E todos esperavam que fosse inchar ou cair morto de repente, mas não
inchou, e também Paulo não caiu morto. Então, mudaram de parecer: ele é um deus. Não Bárbaros! Ele não é
um assassino, muito menos um deus, é tão somente um servo do Deus vivo!
Ali Paulo orou pelo pai de Públio que estava enfermo, o homem
principal da ilha, o prefeito de Malta, e foi curado, e também todos os demais
enfermos da ilha vieram a Paulo e foram curados. E como uma forma de agradecer,
os Bárbaros mandam Paulo a Roma com tudo o que lhe era necessário.
Paulo chega a Roma, é preso em uma prisão domiciliar. Dentro
de uma casa, ele era mantido algemado a um soldado da guarda pretoriana. A
guarda era trocada a cada oito horas, isso se repetiu por dois anos. E desta
primeira prisão, ele escreve sua carta, aos efésios, filipenses, colossenses e
filemom.
Na sua carta aos filipenses, 1.12 ele diz: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que
as coisas que me aconteceram têm, antes contribuído para o progresso do
evangelho”. Você pode estar se perguntando: Mas, que coisas aconteceram a Paulo?
Ele foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém,
esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado e preso em Filipos,
escorraçado de Tessalônica, enxotado de Bereia, chamado de tagarela em Atenas e
de impostor em Corinto. Enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém,
acusado em Cesaréia. Enfrentou um naufrágio na viagem para Roma e foi picado
por uma cobra em Malta. Chegou a Roma preso e algemado.
E diz para nós: Tudo
isto contribuiu para o progresso do evangelho!
Em 2 Coríntios 11.24 e 28 – cinco vezes eu recebi dos judeus uma quarenta de açoites menos um. 195
açoites, cada um deles deixava marcas e cicatrizes. Quando ele escreve em
Gálatas 6.17 ele diz: “Quanto ao mais
ninguém me moleste, porque eu trago no corpo as marcas de Jesus”.
Ele estava falando de algo que aconteceu literalmente com
ele.
Três vezes
fui fustigado com vara pelos romanos, sofri três naufrágios, a Bíblia só relata
um, e além de: “Em viagens muitas vezes, em
perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em
perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no
mar, em perigos entre os falsos irmãos”
– 11.26. E pesava sobre ele a preocupação de todas as igrejas. E na minha cabeça eu tenho feito muito, e
muitas vezes faço relaxadamente, ou sempre tenho a mesma desculpa: não tenho
tempo. E quando faço!? Porque prefiro não fazer e gastar meu tempo criticando
quem faz.
Quero que vocês saibam que as coisas
que me aconteceram têm antes (não me
destrói, não me faz mal, não está me matando – e sim, elas estão promovendo o
Reino de Deus) contribuído para o progresso do evangelho.
O progresso do evangelho depende da
perseguição do mundo contra a Igreja, isto faz com que a Igreja cresça. A
Igreja nunca regrediu diante das perseguições, ela sempre avançou. Sabe por que
hoje a Igreja tem dificuldade de crescer? Porque a perseguição não vem mais de
fora, ele vem de dentro: contendas, más conversações, divisões e rebeliões.
Culpamos o diabo para as nossas
perdas, quando um irmão se afasta do caminho do Senhor dizemos que foi o diabo,
mas eu conheço muitos irmãos que estão afastados por causa de outro irmão.
Caso exista alguém aqui fazendo tais
coisas quero usar as palavras de Paulo, mostrando o outro lado: Quero ainda, irmãos, cientificar-vos o que vocês estão fazendo tem antes
contribuído para o fracasso do evangelho.
Paulo
estando preso aconteceu três coisas:
1) A igreja foi mais encorajada a pregar
– Paulo estava preso e a igreja se levantou
2) Ele evangelizou toda guarda
pretoriana, bem como os demais do palácio.
O que era a guarda pretoriana? Era a guarda de elite do
imperador, era a guarda do palácio, eram dezesseis mil soldados de elite,
homens escolhidos com muito rigor, os quais tinham influência entre o povo. E
por três turnos diários, 8 horas, durante dois anos, dois soldados presos a
Paulo, e assim dia e noite, Paulo não cessou de falar do evangelho a todos
eles. E depois de três anos toda a guarda pretoriana (dezesseis mil soldados),
bem como os demais membros do palácio estavam evangelizados. Quando ele escreve
aos Filipenses 4.22 – “Os santos vos
saúdam, especialmente os da casa de César - Palácio”. Quando os homens pensam que vão destruir a obra, eles
estão promovendo, porque ninguém detém a boa e poderosa obra do Senhor. Eles
não podem destruir a boa e poderosa obra que Deus começou na sua vida!
3) Ele estando preso não podia visitar
as igrejas. O que ele fez? Começou a escrever cartas: Éfesios, Filipenses, Colossenses
e Filemom. Se ele não estivesse preso, talvez não tivéssemos essas
preciosidades na nossa Bíblia. Paulo estando preso escreveu essas preciosidades
- As mais belas canções foram compostas
nas noites mais escuras e frias da vida: Sou feliz (Tudo bem com minha alma –
Sr Horatio Spafford, casado e pai de 4 filhas, advogado e amigo de Moody).
Te pergunto: Vai tudo bem com a tua
alma?
“Você pode olha
para sua vida hoje e diz: Meu Deus nada faz sentido, parece que está de ponta
cabeça, eu quero ir para um lado, vou para o outro. Eu quero fazer uma viagem
segura e enfrento naufrágio, eu quero fazer algo e acontece ao contrário. Você
pensa que a sua vida está a deriva, mas quem está dirigindo a sua vida é Aquele
que está assentado na sala de comando do universo”. A Ele seja a glória e o louvor para sempre!
Desta
primeira prisão Paulo pediu para sair, ele implorou para sair e saiu. Mas não
saiu para se aposentar, não saiu para deitar numa cadeira de balanço, saiu para
trabalhar, saiu para percorrer as igrejas. E neste tempo ele escreve mais duas
cartas: a carta a Tito, e a sua primeira carta a Timóteo. E sai percorrendo as
igrejas, deixando Timóteo em Éfeso, Tito em Creta.
Chega o ano
de 64, a política do mundo está mudando, Paulo está solto, e o imperador Nero
um homem louco e sanguinário, coloca fogo na cidade de Roma. Sobe para o alto
da torre de Messenas vestido de ator, tangendo sua lira, assistindo de lá o
espetáculo do fogo destruindo a capital do império romano. Sete noites, seis
dias de incêndio. Quando cessam as chamas, dos catorze bairros de Roma, dez
deles tinham sido destruídos. Os quatro bairros que sobraram eram povoados por
judeus e cristãos, e isto dá a Nero um bom argumento para colocar a culpa do
incêndio em Roma nos cristãos. E com isto começa uma sangrenta perseguição
contra a igreja: “Os crentes são mortos a pauladas, afogados, enrolados em
peles de animais e jogados na arena para os cães morderem, para os touros
pisarem e para os leões devorarem. São queimados vivos em praça pública para
iluminar as noites de Roma”. Quanto mais sangue derramado, mais a Igreja
crescia.
Neste
cenário, Paulo está sendo procurado como o maior líder do cristianismo, até o
dia em que foi capturado outra vez.
Só que agora
ele não vai para uma prisão domiciliar, agora ele é jogado numa masmorra úmida,
escura e fria de onde as pessoas saiam leprosas ou para o martírio. É de dentro
desta masmorra que ele vai escrever sua última carta, a segunda carta a
Timóteo.
Agora abra sua Bíblia no texto lido
inicialmente para concluirmos.
Te faço uma
pergunta: Como este homem se sente no final da sua vida?
Lembrando
que estamos falando do maior pastor, do maior evangelista, do maior
missionário, do maior plantador de igrejas e do maior líder da história do
cristianismo. Ele está velho, pobre, sem aposentadoria, sem uma casa para
morar, sem carro para passear, sem roupa para se vestir, abandonado, a beira do
martírio e com o corpo cheio de cicatrizes. Como este homem se sente?
Paulo aos
olhos dos nossos pregadores atuais, os pregadores da teologia da prosperidade,
ele seria um fracasso. Eles não citam a
vida de Paulo, mas citam o que Paulo escreveu: somos mais que vencedores, todas
as coisas cooperam para o bem. Que grande erro! Sendo que tudo isto foi escrito
em meio a lagrimas, prisões, açoites e perseguições.
Mas nenhum
homem na história exerceu tanta influência.
Agora ele vai fazer uma avaliação da
sua vida:
No verso 7 – Ele fala do seu passado: Combati o bom combate... A vida não
é indolor, ninguém passa por ela ileso. E a vida de Paulo foi um combate, uma
ferrenha guerra travada, e nada foi capaz de parar sua vida, porque ele
completou a carreira, e durante seu tempo de ministério não se vendeu, não
negociou a verdade, não se prostitui, mas guardou firme a fé. Era uma vela
acesa que brilharia com a mesma intensidade até acabar.
No verso 6 – Ele fala do seu
presente: Quando a
mim... Ele está dizendo: não é Roma
quem vai me matar, sou eu que vou me entregar. E não vou me entregar a Roma,
vou me entregar ao Senhor como oferta e como me derramar ao Senhor como libação.
Eu não sou prisioneiro de Roma, eu sou prisioneiro de Cristo, sou embaixador em
cadeias.
Não é a
minha morte quem vai chegar, é a minha partida. Aqui Paulo usa uma linguagem
para ilustrar sua morte como uma partida, e a palavra partida no grego tem o sentido de desatar um bote e navegar para o
outro lado. Sabe o que é morrer para o cristão? É fazer sua última viagem rumo à
pátria celestial. E também a palavra partida no grego tem o sentido de afrouxar
as estacas de uma barraca, levantar acampamento e ir para sua casa permanente.
Sabe o que é morrer para o cristão? É mudar de endereço nesta terra, e ir morar
no céu na casa do Pai. É como certo pastor que foi visitar o irmão em estado
terminal e perguntou como ele estava o que respondeu: Pastor eu nunca estive
tão bem, a casa que eu moro e o mundo que vivo estão desmoronando, mas eu estou
de malas prontas para me mudar para casa do meu Pai para sempre. Isto é morrer
para o cristão!
Paulo não
está com medo de morrer, porque sabe em quem tem crido e para onde está indo.
Agora no verso 8 – Ele fala do seu
futuro: Já agora a
coroa... Ele está dizendo: Não
importa se Nero vai me condenar à morte, o que me importa é que o reto Juiz,
que diante Dele, eu e todos vamos comparecer, me justificou e já guardou para
mim a coroa da justiça. Engana-se Nero pensando que estou indo para o martírio,
porque eu estou indo para a glória. Deus
vai me coroar para a eternidade!
A respeito
de Paulo, ele não é um super homem, nem um super crente. Ele tem sentimentos,
tem emoções e tem coração. Agora ele abre seu coração e conta para nós o que
está sentindo antes de morrer. Ele está enfrentando alguns dramas:
E o primeiro drama que está
enfrentando é o da solidão (verso 9, e veja o verso 21) – o inverno estava chegando, e não era
possível navegar no inverno, ele pedia pressa porque sabia que era seu ultimo
inverno e seus olhos não veriam as flores e a beleza de mais uma primavera.
Veja o verso
11 – Paulo aprendeu e muito quanto vale uma vida, aprendeu na solidão – Toma contigo Marcos..., aqui está uma
das mais belas histórias de reconciliação, voltando para Atos 15.36-41 (Lembra
que houve grande desavença entre Barnabé e Paulo?) quando um dia Paulo disse: Comigo esse menino não vai, não quero ele na
minha companhia, eu não ando com ele. No final da vida, Paulo está querendo
encostar a cabeça no peito deste menino. Paulo se dispõe a restaurar
relacionamentos quebrados, se dispõe a pedir perdão. Paulo quer a companhia
daquele que um dia ele desprezou. Paulo tem necessidade um ombro para chorar no
final da vida. Quem sabe você não esteja
precisando reconciliar com alguém?
O segundo drama é do abandono (Verso 10) – Demas tendo amado..., Não é fácil ser abandonado no final da
jornada, não é fácil ser abandonado na hora que você mais precisa, e
principalmente não é fácil ser abandonado quando você passou a vida inteira investindo
na vida de outras pessoas. O abandono dói, e dói muito. Paulo está sentindo na
pele.
O terceiro drama é o da traição (verso 14) – Alexandre, o latoeiro... Os historiadores dizem que foi Alexandre
que delatou o apóstolo Paulo culminando na sua prisão e conseqüente o martírio.
Alexandre foi um companheiro de Paulo, mas o traiu. É o tipo de gente que
apunhala pelas costas, é gente que trai, é gente que torce contra, é gente que
vibra com o fracasso. É duro lidar com a traição, sobretudo quando você deu o
coração e a alma para ajudar as pessoas.
Ser traído
por alguém de fora é difícil, mas é até aceitável. Horrível é ser traído por
alguém de dentro, alguém que você cobriu nas noites frias, alguém que você
repartiu o pão mesmo quando tinha fome.
O quarto drama é o das privações (verso 13) – Quando vieres traze...
1)
O velho apóstolo não tinha uma capa se proteger do frio. Era inverno, e o
inverno em Roma chega abaixo de zero, e numa masmorra é mais frio lá dentro do
que fora. O maior pastor do cristianismo não tem sequer uma capa surrada para
vestir no inverno.
E quantas vezes eu e você reclamamos
tendo uma casa para morar, uma roupa para vestir, uma comida quente na mesa,
sendo que, o maior líder do cristianismo não tinha sequer uma capa surrada para
vestir na hora do inverno.
2)
O velho apóstolo mesmo sabendo que ia morrer pede para trazer os livros,
e os pergaminhos, ele queria estudar mais um pouco. Tem gente que passa a vida
toda e não estuda, não lê um livro, é cristão e nunca pegou sua Bíblia para
estudar. (Tudo o que falamos aqui, você
sabia? Paulo foi o maior escritor do N.T.).
E Paulo está querendo ainda aprender mais um pouco mesmo com
a morte decretada. Reveja seus conceitos
– urgente! Meu povo perece por
falta... o primeiro sinal da volta de Cristo é o falso ensino ou engano
religioso.
Quinto e último drama: Paulo
enfrenta agora o drama da ingratidão (verso 16) – Na minha primeira defesa... Paulo antes de sair da cela em direção
ao julgamento podia ter pensado: Deve ter
um exército de crentes lá fora, uma multidão de gente porque eu sou pai de
milhares na fé, eu dediquei minha vida por eles, plantei igrejas em tantos
lugares levando milhares de pessoas a Cristo, deve ter milhares de pessoas para
testemunhar a meu respeito, e quando ele chega lá não tem ninguém.
E como uma
feita um amigo perdeu a mãe e eu desconsertado sem saber o que falar naquela
hora tão difícil, e ouvi uma resposta que aquietou meu coração: Como é bom
saber que você está ao meu lado neste momento. Ou seja, a minha presença lhe
fazia bem.
Não apareceu
ninguém. Mas bendito seja Deus pelo verso 17 – Mas, o Senhor me assistiu...
Pode lhe
faltar o apoio dos homens, mas não lhe faltará o apoio de Deus. Pode lhe faltar
o socorro da terra, mas não lhe faltará o socorro do céu. Deus tem cuidado da
sua vida!
Eu quero descrever a última cena da
vida deste homem:
Houve um dia
que o carcereiro romano recebeu na sua mesa um pedaço de couro ou de papel,
contendo o nome de um prisioneiro que deveria ser executado naquele dia. Este
homem se levanta da mesa, pega em suas mãos um pesado molho de chaves, na outra
mão uma tocha de fogo, e percorre a passos largos um longo e frio corredor. Até
chegar a uma pesada porta de ferro, de uma masmorra fria, úmida e escura, e ele
abre aquela pesada porta, e com a tocha a frente entra naquela masmorra
gritando: Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo! E lá do fundo da masmorra, o
velho responde: sou eu, eu estou aqui. Agora Paulo é acorrentado, é arrancado
daquela masmorra, começa a andar naquele longo corredor frio até o local do
patíbulo, onde seu algoz lhe pergunta: Você quer dizer algumas palavras antes
de morrer? E Paulo responde: Eu quero.
Talvez
aquele carcereiro pensasse que Paulo iria blasfemar, que Paulo iria murmurar, que
ele expor sua mágoa, sua dor e sua revolta. Mas o velho apóstolo ergue os olhos
aos céus, e diz: ao Senhor Jesus, seja glória pelo século dos séculos. Amém.
Botou a cabeça no madeiro, a guilhotina de Roma tosou-lhe a cabeça, corpo de um
lado e cabeça de outro. Tombou na terra como um mártir, levantou-se no céu como
um príncipe.
É este homem
que diz para você e para mim: Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo.
Que Deus nos
ajude neste tempo de tanta novidade, tanta superficialidade, onde o amor se esfria,
onde os homens procuram às fábulas e os atalhos que têm os levados a perdição,
e emprestam seus ouvidos para homens ensinarem doutrinas de demônios.
A vivermos
um evangelho genuíno, um cristianismo autêntico, não como meninos levados ao
vento de métodos e movimentos, mas como homens e verdadeiros combatentes da
causa de Cristo!
Em pleno
século XXI para ser cristão basta crer no Senhor Jesus como Filho de Deus, que
morreu pelos nossos pecados, que ressuscitou ao terceiro dia, que perdoa e nos
reconcilia com Deus, e nos dá a certeza da vida eterna. Se crermos nisto temos
uma religião.
Só que Paulo
está chamando a nossa atenção não somente para aquilo que cremos, mas para
aquilo que vivemos. O mundo carece de exemplos, e nós, os cristãos precisamos
deixar uma vida para que o mundo veja, um exemplo para que o mundo imite. Não
basta apenas crer, é necessário viver.
O discurso
precisa estar em sintonia com a prática, o que você fala precisa estar em
sintonia com suas atitudes, sua fé precisa estar em sintonia com a sua vida. E
Paulo diz: Sede meus imitadores, porque se vocês imitarem a mim, o mundo
conhecerá que vocês são de Cristo.
Sejamos
imitadores de Paulo, sejamos diferentes, façamos a diferença, venhamos contribuir
com a mudança do mundo, com o impacto na sociedade.
Que a nossa
vida glorifique a Deus!
Paulo, o maior líder do cristianismo
pede para sermos seus imitadores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam todos muito bem vindos à comunhão, que você possa curtir este espaço, que possamos ser pessoas melhores a cada dia seguindo nosso mestre Jesus. Abraços a Todos, Sandrão.