quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Limites na educação dos filhos




Limites na educação dos filhos

“Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado somos os pais mais dedicados e compreensivos , mas por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas”, ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremos para o outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.
Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos.
Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E o que é pior os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem o respeito.
A medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal.
Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos , as crianças que eram formais e veneravam os pais.
Mas, na medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram –se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que poucos os respeitem.
E são os filhos quem, agora, esperam por respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.
Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para ser os melhores amigos e “tudo dar”a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.
Se o autoritarismo do passado encheu seus filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
OS filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeita-los quando não os podemos conter e de guia-los enquanto não sabem para onde vão.
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir `a deriva, sem parâmetros nem destino.
Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado, profundo respeito à Deus e seus pais.”

Abs, Sandrão.

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