Não
podemos tratar de um problema sem antes diagnosticá-lo. A prevenção é o melhor
caminho para uma vida saudável. É preciso dizer que uma doença grave está
atingindo a Igreja de Cristo em nosso país – uma intoxicação alimentar. Há
morte na panela!
Exatamente na mesma proporção que temos
várias Bíblias de estudo disponíveis, e inúmeras obras de peso teológico,
estamos vendo florescer uma geração analfabeta da Bíblia.
Apocalipse
3:14-22...14 - E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 -
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou
quente! 16 - Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da
minha boca. 17 - Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho
falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; 18
- Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças;
e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. 19 - Eu repreendo e
castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 - Eis que estou
à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo. 21 - Ao que vencer lhe concederei que se
assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no
seu trono. 22 - Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
O
pão nutritivo está sendo sonegado ao povo, e, em lugar da Palavra de Deus, as
pessoas estão se alimentando do veneno de doutrinas inventadas pelo enganoso
coração do homem.
A
igreja está perdendo sua identidade. O lucro, e não o evangelho, é o segmento
dessa igreja. A riqueza material, e não a salvação, é a mensagem dessa igreja.
O sucesso, e não a transformação da vida, é o alvo dessa igreja. Enfim, o que
vemos crescer espantosamente no Brasil é uma igreja-mercado, cujo único
objetivo é se tornar rica financeiramente.
Estamos
como a igreja de Laodicéia, considerando-nos ricos e abastados, satisfeitos com
nós mesmos, enquanto, na verdade, deveríamos estar com a boca no pó, clamando
por misericórdia a Deus.
Estou
certo de que não há esperança para a igreja, a não ser que nos voltemos para
Deus, em sincero e profundo arrependimento, rasgando não as nossas vestes, mas
nosso coração – como nos dias do profeta Joel
2:12-13...12 - Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de
todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.13 - E
rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso
Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande
em benignidade, e se arrepende do mal..
Precisamos
nos voltar para a Palavra de Deus a fim de tirar a morte da panela e
oferecermos o pão com fartura ao povo faminto. É preciso, porém, dizer que
avivamento não é modismo, não é emocionalismo nem é movimento humano.
Avivamento não é algo que a igreja produz nem mesmo tem poder para agendar. O
verdadeiro avivamento vem do céu. Ele é obra exclusiva e soberana do Espírito
Santo. A igreja não produz avivamento, ela só pode clamar por Jesus e preparar
o caminho para a sua chegada.
Vamos
falar nesta noite sobre a morte na panela, gostaria de ler com vcs o trecho de II Reis 4:38-41...38 - E, voltando Eliseu a Gilgal, havia
fome naquela terra, e os filhos dos profetas estavam assentados na sua
presença; e disse ao seu servo: Põe a panela grande ao lume, e faze um caldo de
ervas para os filhos dos profetas. 39 - Então um deles saiu ao campo a apanhar
ervas, e achou uma parra brava, e colheu dela enchendo a sua capa de
colocíntidas; e veio, e as cortou na panela do caldo; porque não as conheciam. 40
- Assim deram de comer para os homens. E sucedeu que, comendo eles daquele
caldo, clamaram e disseram: Homem de Deus, há morte na panela. Não puderam
comer. 41 - Porém ele disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e disse: Dai
de comer ao povo. E já não havia mal nenhum na panela.
A
fome castiga milhões de pessoas em todo o mundo. A fome produz dor, desespero e
morte. Sem pão não há vida. O pão é a primeira necessidade básica do ser
humano. Jesus em sua oração, a primeira coisa que Ele nos ensinou pedir ao Pai
foi: “O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje”.
Uma pesquisa feita entre
crianças sobreviventes da Segunda Guerra Mundial descobriu que, mesmo após
acabar a guerra e elas estarem em um lugar seguro e terem alimento com fartura,
não conseguiam dormir tranquilamente. Uma psicóloga percebeu nessas crianças
uma insegurança quanto ao alimento do dia seguinte. Recomendou que se desse a
cada uma delas um pedaço de pão para segurar durante a noite. Assim, as
crianças dormiram com segurança.
Nos
dias do profeta Eliseu, houve uma grande fome na terra. O povo andava inquieto.
As pessoas, desesperadas, procuravam pão, mas não havia pão. O juízo de Deus
castigava a terra. A seca, a pobreza e a fome assolavam o povo de Israel. Naquela
época, chegou-se a vender uma cabeça de jumento por oitenta ciclos de prata, ou
seja, um quilo de prata por uma cabeça de jumento, algo fora da realidade, e
esterco de pomba para fazer fogo por um preço absurdo. II Reis 6:25 - E houve grande fome em Samaria, porque eis que a
cercaram, até que se vendeu uma cabeça de um jumento por oitenta peças de
prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas por cinco peças de
prata.
Embora houvesse escassez de pão na terra, havia fartura
do pão do céu. Eliseu era um homem cheio do Espírito de Deus e estava
investindo sua vida no treinamento de outros obreiros que pudessem ensinar com
fidelidade a Palavra de Deus.
Por causa da fome que castigava a todos, Eliseu mandou
seus discípulos fazer um cozinhado. Mas o homem que saiu ao campo a procurar
ervas trouxe veneno, em vez de alimento. E quando todos já estavam se fartando
do cozinhado, soou o grito: “Morte na
panela, ó homem de Deus! E não puderam comer”. O veneno mata mais do que a
fome.
De forma semelhante, a morte espiritual pode acontecer
por você está comendo algo servido dentro da igreja.
O primeiro sinal do fim dos tempos apontado por Jesus
no seu sermão profético foi o engano religioso. Mateus
24:3-5...3 - E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os
seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e
que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? 4 - E Jesus, respondendo,
disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; 5 - Porque muitos virão em
meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. Jesus alertou para o fato de que se levantariam falsos mestres,
falsos cristos e falsas doutrinas. Estamos vivendo este tempo da
proliferação espantosa de novas doutrinas, novas seitas, novas igrejas e novos
movimentos.
Na verdade, há muitos que estão se alimentando de
veneno, e não de pão. Correm atrás de ilusões, e não da verdade. Buscam
respostas para seus dramas em homens que se dizem inspirados, em vez de
buscarem a eterna e infalível Palavra de Deus.
“Que tem a palha com o trigo?” – Jeremias 23:28. Está
sendo oferecida a palha de seus sonhos, visões e revelações, e por falta de
conhecimento o povo perece (“O meu povo está sendo destruído por falta de
conhecimento” – Oséias 4:6), por falta de pão, os famintos sobrevivem de
farelo.
As pessoas entram para a igreja, mas não são
transformadas. Elas se tornam evangélicas, mas não nascem de novo. O caráter
não é transformado. Elas não se tornam novas criaturas. A vida não muda, a
família não muda, a conduta não muda. Os pregadores estão falando mais de
auto-ajuda do que da ajuda do alto. Eles pregam mais sobre o que o homem pode
alcançar do que a gloriosa obra da graça de Deus em favor de salvar o homem. E
o resultado disto é que a igreja tem crescido, aumentou o número de evangélicos,
e diminui cada vez mais a credibilidade da igreja.
Em
recente pesquisa realizada em nosso país, foi constatado que as três classes
mais desacreditadas da nação são os políticos, os policiais e os pastores.
Um alerta: O milagre não é suficiente
Enganam-se aqueles que pensam que, se virmos mais
milagres, teremos mais fé. As três gerações mais incrédulas da história foram
as que testemunharam mais milagres: a geração de Moisés, a geração de Elias e a
geração de Jesus. Os milagres podem atrair as pessoas, mas não podem
transformar suas vidas.
No dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado
sobre os cristãos reunidos. Um som impetuoso veio do céu. Línguas como de fogo
pousaram sobre cada pessoa no cenáculo. Os 120 que estavam ali começaram a falar
em outras línguas, glorificando a Deus. Cada nacionalidade presente em
Jerusalém ouvia essas pessoas falando em seu próprio idioma materno.
Porém, esse extraordinário milagre produziu apenas
ceticismo, preconceito e zombaria nessa multidão. Mas, Pedro se levantou para
pregar a Palavra. Falou sobre a morte, a ressurreição, a ascensão e o senhorio
de Cristo. Seu sermão cristocêntrico produziu tamanho impacto no coração da
multidão, que as pessoas clamavam ao pregador: Que faremos, irmãos?.
Pedro ordenou que se arrependessem de seus pecados e
fossem batizados para receberem o dom do Espírito Santo. O resultado foi que
naquele dia cerca de três mil pessoas foram salvas e agregadas à igreja. Numa
geração que está ávida por milagres, precisamos alertar que o milagre não
basta, precisamos da pregação do evangelho, que é poder de Deus para a salvação
de todo aquele que crê.
Conclusão
Estou convencido que está mensagem nem todos queriam
ouvir, ela vai gerar conflitos e até mesmo duras críticas. Para grandes males,
é preciso usar remédios amargos ou intervenções radicais. A nossa preocupação é
com o caminho que a igreja está seguindo, será que ele está nos levando ao
encontro de Cristo? porque a preocupação do homem natural é apenas com o hoje
que venha favorecer a si mesmo, não importa onde isso o levará.
Ouso erguer minha voz em nome de Jesus, exortando a mim
mesmo e a todos quantos têm ouvidos para ouvir a voz do Espírito.
Anseio ardentemente ver florescer em nossa geração e na
nossa cidade, uma igreja bíblica, fiel, santa, pura e cheia do Espírito Santo.
Uma igreja que tenha visão missionária e forte compromisso evangelístico. Uma
igreja que seja embaixadora do céu na terra, rogando aos pecadores em nome de
Cristo que se reconciliem com Deus. Uma igreja que seja temida no inferno,
amada no céu e conhecida na terra pela sua vida irrepreensível.
Anseio ardentemente que a Igreja evangélica brasileira
use os recursos que tem nas mãos para anunciar o evangelho da graça e pregar
com poder a mensagem da cruz. Anseio por um tempo em que haja um rumor
circulando nas cidades e nos campos, anunciando que Deus visitou o Seu povo com
fartura de pão. Então, certamente, os famintos virão e fartarão com o Pão vivo
que desceu do céu, e a morte será retirada da panela. Aplaudam Jesus,
queridos!!